09 DE NOVEMBRO DE 2019
NOVO CENÁRIO
Decisão irresponsável do STF lança o país às chamas
Coisas muito ruins podem ocorrer com o Brasil devido à irresponsável decisão do STF em relação à prisão em segunda instância e à consequente libertação de Lula.
Muito ruins.
Não que Lula possa ser eleito presidente da República. Não será. Em primeiro lugar, porque está barrado pela Lei da Ficha Limpa. Mas, ainda que o temerário STF anule suas condenações, o que é uma possibilidade, Lula não será eleito porque nunca mais conseguirá amealhar a maioria dos votos da sociedade.
Lula perdeu a classe média, e foi a classe média que o arrastou para o poder, em 2002. Verdade que, em 2006, já havia o fenômeno do lulismo a sustentá-lo, tornando-o maior até do que o PT, mas todos os lulistas reunidos, mais os votos dos simpatizantes, só seriam capazes de conduzi-lo até o segundo turno. Depois, qualquer outro candidato o derrotaria.
A libertação de Lula, portanto, não chega a fazer diferença eleitoral. Não diretamente. O que vai acontecer, com absoluta certeza, é o acirramento dos ânimos da população. Se os brasileiros estavam divididos, agora entrarão em conflito.
O comportamento habitual de Lula e dos lulistas já é uma garantia de que o confronto explodirá. Lula e os lulistas são naturalmente provocadores, eles sairão às ruas para se manifestar, farão carreatas e comícios e poderão encontrar resistência. Porque a direita mudou, no Brasil. Antes, a direita era envergonhada, tinha pudores de se mostrar. Hoje, não. Hoje, a direita, mais até do que a esquerda, anseia pelo choque.
Quais serão os limites da irritação? Até que ponto pode se estender a cólera? Haverá violência? Isso é impossível de se estabelecer. O fato é que um dos poderes da República, o Judiciário, por meio de seu órgão mais elevado, o STF, tornou inflamável uma nação que já era instável. O Brasil precisa de ponderação, o Brasil precisa de paz, o Brasil precisa se acomodar para voltar a crescer, e o STF jogou os brasileiros em um ambiente de guerra.
"Que Deus tenha misericórdia deste país", pediu, certo dia, Eduardo Cunha, da tribuna do Congresso. Deus, talvez, pudesse ter. O STF, não.
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