sexta-feira, 15 de novembro de 2024


Mapa do caminho climático para o RS

O governo do Estado lançou, ontem, em Baku, no Azerbaijão, onde se realiza a COP29, uma plataforma digital que busca fazer um diagnóstico da estratégia dos municípios gaúchos para lidar com os efeitos das mudanças climáticas.

Chamada de "Roadmap Climático" (Mapa do Caminho Climático), a ferramenta será alimentada pelas prefeituras, que devem responder a questões sobre oito eixos de sua gestão: administrativo, governança, inventário de gases de efeito estufa, análise de riscos, plano de ação climática, educação para sustentabilidade, normativa climática e programas e projetos.

Em Baku, a plataforma foi apresentada pela secretária estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marjorie Kauffmann, durante reunião da assembleia geral da coalizão Under2, realizada no Hotel Marriott. Ela lidera a delegação do governo do Estado na COP29.

Cada prefeitura deve responder, por exemplo, se o município dispõe de comissão de mudanças climáticas, plano diretor, análise de riscos climáticos e programas e projetos de questões ambientais e mudanças climáticas. A criação de comissões de mudanças climáticas é uma das seis condicionantes de um decreto estadual de 2023 para o recebimento de recursos financeiros (junto a exigências nas áreas de saúde e educação).

Conforme a secretária, por meio dessa plataforma, as análises ajudarão a identificar gargalos e direcionar políticas públicas eficazes em nível local.

- Desejamos levar o mapa completo para a COP30, de Belém - disse Marjorie.

Durante a apresentação à plateia, composta por representantes de governos e entidades internacionais, a secretária citou as enchentes de maio no Estado como exemplo de fenômenos extremos em consequência das mudanças climáticas.

- O RS, como todos devem saber, está sofrendo fortes efeitos das mudanças climáticas, tendo seu ápice em maio deste ano, com a mais avassaladora enchente da história do Estado e do país, colocando 95% dos municípios em situação de calamidade ou emergência. A adaptação será a base para a resiliência - afirmou.

A plataforma foi desenvolvida pela Universidade Estadual do Rio Grande do Sul (Uergs). O projeto foi apresentado pela Sema à Under2, organização global com sede no Reino Unido, e foi o único contemplado, no ano passado, entre 17 governos do Hemisfério Sul. A iniciativa permitiu um repasse de US$ 25 mil ao Estado para sua elaboração. A plataforma ainda exigiu mais R$ 2 milhões em recursos do governo.

O Roadmap Climático pode ser conferido no link iede.rs.gov.br. 

Em tempo: apenas quatro dos 497 municípios gaúchos não têm ainda comissões de mudanças climáticas. São os seguintes: Barão do Triunfo, Mariana Pimentel, Santana da Boa Vista e Silveira Martins.

As casas do Brasil

O Brasil ocupa dois estandes no pavilhão das delegações, na COP29, em Baku, localizado na chamada "Blue Zone" (Zona Azul), a área onde ocorrem as negociações sobre mudanças climáticas.

Há o espaço do governo federal, inaugurado na terça-feira pelo vice-presidente Geraldo Alckmin e ministros, e o do consórcio da Amazônia Legal, que vem ocupando áreas na conferência desde Sharm el-Sheik (Egito) como forma de antecipar debates sobre a COP30 que ocorrerá em Belém (PA), no ano que vem.

O Brasil ainda tem outros dois estandes, um da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e outro do Ministério do Turismo, que ficam na "Green Zone" (Zona Verde), área reservada à sociedade civil, ONGs, empresas de tecnologia e inovação e população em geral. _

Mais ecobarreiras

A prefeitura de Porto Alegre pretende replicar em outros pontos da cidade o modelo da ecobarreira que opera na foz do Arroio Dilúvio. Instalado em 2016 e operado pelo Instituto Safeweb, o equipamento permite a remoção de milhares de toneladas de resíduos da água, evitando que cheguem ao Guaíba.

A Secretaria do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) informou na COP29 que planeja instalar novas ecobarreiras antes da Avenida Antônio de Carvalho, também no Dilúvio, e nos arroios Moinho e Cascatinha. A atual deve ser reposicionada perto da Erico Veríssimo. _

Ferramenta para a Capital

Depois de lançar na COP29 um painel que dá mais transparência a recursos para a reconstrução de Porto Alegre após a enchente, o secretário Germano Bremm, da Smamus, apresentou ontem em Baku outra plataforma digital, que monitora 30 iniciativas do Plano de Ação Climática, que tem como objetivo reduzir o impacto de seis ameaças climáticas à cidade. São elas: inundações, tempestades, deslizamentos, ondas de calor, secas e vetores de doenças virais. A reunião contou com a presença do ministro-adjunto de Economia do Azerbaijão, Rovnag Abdullayev.

O painel está em prefeitura.poa.br/plano-de-acao-climatica-plataforma/. _

INFORME ESPECIAL.

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