Direto de Baku
Um passo em transparência
Seis meses depois da maior tragédia ambiental que se abateu sobre Porto Alegre, a prefeitura da Capital dá um passo importante na transparência em relação à reconstrução e aos planos para tornar a metrópole mais resiliente aos efeitos das mudanças climáticas.
Durante a COP29, em Baku, no Azerbaijão, a Secretaria de Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus) lançou uma plataforma digital na qual é possível acompanhar, em tempo real, dados sobre as obras e projetos em andamento. Chamado de Plataforma de Reconstrução e Adaptação Climática de Porto Alegre (prefeitura.poa.br/monitoramento-reconstrucao), o espaço está dividido em cinco eixos: infraestrutura e equipamentos, adaptação climática, transformação urbana, habitação e financeiro e econômico. Entre os destaques, é possível acompanhar dados de obras como melhoria no sistema de proteção contra cheias, iniciativas de adaptação aos eventos climáticos extremos, ações para moradia a famílias atingidas e estudos de transformação urbana.
- Queremos aproveitar a COP29 para mostrar ao mundo nossa experiência, o que sofremos, os números da destruição, para a busca de recursos internacionais. E, para o público de Porto Alegre, serve para o monitoramento por parte da população - disse o secretário Germano Bremm.
Na avaliação da prefeitura, o portal, que conta com versão também em inglês, representa um avanço no uso de geoprocessamento e análise de dados geoespaciais para fornecer informações precisas. Inclui a integração de dados de várias fontes e a visualização em mapas interativos. A plataforma foi desenvolvida pelo Escritório de Reconstrução e Adaptação e pela empresa Codex, contratada para estruturar a infraestrutura de dados espaciais para o planejamento urbano da Capital.
Pelo portal, é possível constatar que 30% do território de Porto Alegre foi inundado, atingindo diretamente 160 mil pessoas e 45 mil empresas, com prejuízo de R$ 12,3 bilhões. Os governos do Estado e federal têm painéis próprios de transparência. _
Entrevista - Geraldo Alckmin - Vice-presidente da República e ministro da Indústria
"A reconstrução do RS deve ser maior do que a destruição"
Na COP29, Alckmin conversou com a coluna sobre a situação da indústria e do agro gaúchos após a enchente.
Como está a recuperação da indústria na sua avaliação?
Eu acho que está se recuperando bem. É um compromisso do governo do presidente Lula que a reconstrução seja maior do que a destruição. Aliás, eu irei nas próximas semanas ao Estado para um grande investimento na área de celulose e papel (leia ao lado).
A verba para agricultores atingidos acaba em poucos dias e os produtores pedem mais R$ 5 bilhões. É possível?
É possível. O crédito que for necessário precisa ser implementado. O BNDES até tinha montado uma atividade expandida. E tomamos medidas sobre o drawback (regime que permite a suspensão ou eliminação de tributos incidentes na aquisição de insumos empregados na industrialização de produtos exportados). Ou seja, quando exporta, não paga imposto. Mas você precisa comprovar. Então, estendemos mais um ano esse drawback. _
Culpa dos ricos
Em um dos mais duros discursos sobre questões ambientais desde que assumiu a secretaria-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2017, o português António Guterres culpou, ontem, os países ricos e os bilionários pelas mudanças climáticas, que estão provocando fenômenos extremos.
Na abertura dos debates de alto nível da COP29, ele afirmou que "os ricos causam o problema, os pobres pagam o preço mais alto".
- A Oxfam descobriu que os bilionários mais ricos emitem mais carbono em uma hora e meia do que uma pessoa média em uma vida inteira - afirmou.
Ele referia-se aos dados da organização britânica Oxfam, que reúne mais de 3 mil entidades envolvidas na busca de soluções para as desigualdades. no planeta. _
Em Guaíba
À coluna, a CMPC informou, por meio de nota, que receberá, na unidade de Guaíba, o vice-presidente Geraldo Alckmin, em 2 de dezembro, para realizar o evento de entrega oficial do projeto BioCMPC e para tratar de temas prioritários do Projeto Natureza CMPC, como tratativas relacionadas a logística e operação portuária. _
INFORME ESPECIAL
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