As saídas para o RS não perder dinheiro da cheia no fim do ano
Para não se perder o recurso com o fim do estado de calamidade, tem que rodar até a virada do ano o empréstimo de todo o valor do Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte, o Pronampe Solidário, anunciado após a enchente. Nesta segunda leva, o Ministério da Fazenda liberou R$ 1 bilhão para subvenção, que garante o juro baixo, dividido entre Banco do Brasil (R$ 300 milhões), Sicredi (R$ 250 milhões), Banrisul (R$ 200 milhões), Caixa Econômica Federal (R$ 200 milhões) e Sicoob (R$ 50 milhões). Todos ainda têm fundos.
- Não falo "perder", porque, se não for usado, é porque não foi necessário às empresas. Mas o recurso voltará sim para o fundo e a União poderá usá-lo de outras formas. Então, queremos emprestar tudo até o final do ano - diz o secretário do governo federal para a Reconstrução do Rio Grande do Sul, Maneco Hassen.
A Federação do Comércio de Bens e Serviços do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS) intensifica contatos com governos e parlamentares. Já se reuniu com Hassen, tem agenda com o líder da bancada gaúcha na Câmara dos Deputados, Dionilso Marcon (PT), com os demais deputados e já pediu apoio do governo do Estado, em conversa com o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, e o secretário de Desenvolvimento Econômico, Ernani Polo.
- No caso do Pronampe, estamos pedindo para usar o recurso que sobrou de duas formas: aumentando o limite para as empresas que já pegaram poderem pegar mais e abrindo para empresas de fora da mancha com prejuízos em receitas comprovado - diz o gerente de Relações Governamentais da Fecomércio-RS, Lucas Schifino.
Demais recursos
No caso do dinheiro para educação, saúde e construção dos diques, os valores já estão "empenhados", diz o secretário Maneco Hassen, ou seja, não haveria retorno à União do recurso anunciado para reconstrução pós-enchente. Já os empréstimos a empresários pelo BNDES têm este risco, caso o crédito não tenha sido liberado. Porém, o secretário acredita que não sobrará valor algum até lá.
Já o R$ 1 bilhão não usado no programa de manutenção do emprego - que pagou parte do salário de funcionários de empresas na mancha de inundação - deverá voltar mesmo à União. Como não foi demandado pelas empresas e o nível de emprego foi recuperado, entende-se que o valor não é necessário. Além disso, o governo federal está sendo pressionado pela contenção de gastos e o Ministério do Trabalho, que está na linha de corte, é uma das pastas com maior orçamento. _
Aliás...
Foram aprovados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) dois financiamentos, que somam R$ 373,46 milhões, para o Grupo CCGL investir na recuperação e na retomada das atividades do Terminal Marítimo Luiz Fogliatto (Termasa), no porto de Rio Grande. Usada para receber, armazenar e embarcar grãos e outros produtos, a estrutura ficou inoperante após ser danificada no choque de um navio contra o cais.
Pelo BNDES Emergencial, R$ 280 milhões contemplam reconstrução da estrutura de atracação de navios, incluindo plataformas e mecanismos de amarração. Já um crédito emergencial de R$ 93,46 milhões será para capital de giro, com ações para prevenção a fenômenos climáticos.
O recurso do Fundo Social integra os empréstimos ao Rio Grande do Sul no pós-enchente, ressalta o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante. Desde a inundação, já foram operados R$ 24 bilhões, garante. Ministro-chefe da Secretaria de Comunicação, o gaúcho Paulo Pimenta acrescenta que serão comprados equipamentos e máquinas nacionais. _
Para alertar donos de carros da Toyota do recall para trocar airbags, a rede de concessionárias Savarauto expõe um carro batido em Porto Alegre. A convocação é para quem comprou veículos entre 2007 e 2017, que tiveram problemas nas bolsas de ar da Takata, que também fornecia a outras montadoras e faliu em 2018, diz o gerente de pós-vendas da Savarauto, Rafael Sampietro.
Concessionária John Deere fecha revendas no Interior
Controlada pelo Grupo SLC, a SLC Máquinas fechou três concessionárias no RS, onde vendia máquinas agrícolas da norte-americana John Deere. As unidades ficavam em Arroio do Tigre (Vale do Rio Pardo), Montenegro (Vale do Caí) e Ibirubá (Noroeste).
Com sede em Cruz Alta, a empresa afirma que a decisão faz parte da estratégia de "adequação territorial". Segundo o site, a SLC Máquinas tinha 27 unidades, que atendem clientes de 213 municípios.
Após forte alta na pandemia, a venda de máquinas agrícolas vem caindo nos últimos dois anos aproximadamente. A própria fabricante John Deere tem feito reduções no número de funcionários, adequando à demanda do mercado. Há a expectativa de um início de recuperação em 2025. O Estado produz mais de 60% das máquinas agrícolas fabricadas no Brasil. _
Mostrando atrativos
Após ter ido à unidade da montadora chinesa BYD em SP, o prefeito de Igrejinha, Leandro Horlle, apresentou atrativos da cidade ao governador Eduardo Leite. Quer conquistar uma operação fabril da empresa, seja de carros elétricos, autopeças, painéis solares ou chips. Leite visitará a sede mundial da companhia na sua viagem à China na semana que vem, que, aliás, terá a cobertura da coluna.
- Temos localização estratégica e poder de investimento na aquisição de área para oferecer, como fizemos com Usaflex, Crisdu e Ambiente Verde. São terrenos não atingidos pela enchente e perto da rodovia - diz Horlle.
Pelo programa de Igrejinha, a empresa firma compromisso de investimento, faturamento e geração de emprego em cinco anos. Com isso, a cidade pode comprar um imóvel para a instalação. Se os termos forem cumpridos, a empresa recebe a posse do bem.
- Também podemos dar incentivo tributário, com isenção de impostos municipais e devolução de ICMS - completa Horlle.
Igrejinha é conhecida pela mão de obra qualificada e tem ainda um projeto de formação específica de trabalhadores, conforme a necessidade da empresa. _
Loja de pneus
Criada há 29 anos em Porto Alegre, a Zé Pneus está investindo R$ 3,5 milhões para abrir em novembro duas lojas no Rio Grande do Sul.
Uma ficará em Vacaria, na Serra, no ponto de uma antiga concessionária da Scania, de caminhões, que está sendo alugado. A outra ficará em Pelotas, no sul do Estado, em um prédio próprio, que foi erguido pela empresa.
Com as novas operações, a Zé Pneus passa a ter 44 lojas. A projeção do diretor de Operações, Marcos Hernandes, é de que, nos próximos dois anos, 20 novas unidades sejam abertas. Cada uma das operações gera, em média, 10 empregos. A empresa está em 32 cidades gaúchas e tem 650 funcionários.
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