Atentado desafia combate à desinformação
Há muitas camadas de espanto no atentado ao Supremo Tribunal Federal (STF) cometido por um ex-candidato a vereador pelo PL de Rio do Sul (SC). A coincidência mais espantosa é ter ocorrido às vésperas da reunião de cúpula do G20 que abordaria, pela primeira vez na história, o combate à desinformação. O tema deve estrear na declaração final do encontro do G20 no Rio de Janeiro. Já começou a ser discutido pelos sherpas, como são chamados os negociadores dos líderes das principais economias do planeta.
Tudo indica que Francisco Wanderley Luiz agiu sozinho. Mas até lobos solitários têm contexto. O deste filiado do PL era a campanha sistemática de líderes de seu partido e outros aliados contra o STF, ou seja, a desinformação. Em uma das mensagens no seu perfil chamado Tiü França - mesmo nome com que concorreu - escreveu "Polícia Federal, vocês têm 72 horas para desarmar a bomba que está na casa dos comunistas".
O cidadão Francisco pode ter sofrido com transtornos psicológicos. Sem o contexto que transformou o STF em fonte de todo o mal teria conduzido suas ações de outra forma. O alvo de seu desequilíbrio foi muito específico.
O STF está longe de ser uma instituição inatacável. Tem vícios, privilégios e distorções. Mas não foram problemas pontuais que se tornaram alvo de discurso de ódio - como no famoso slogan "supremo é o povo".
Virou vilão favorito por se interpor entre os delírios golpistas e a realidade. O atentado está obviamente vinculado aos ataques antidemocráticos do 8 de Janeiro. São dois resultados de uma frase usada pelo governo britânico na Segunda Guerra Mundial - careless talk cost lives (conversa descuidada custa vidas) - e reativada na esteira da disseminação de informações falsas.
Desta vez, custou apenas a do próprio agressor. Poderia ter ceifado outras. Estragos do tamanho do provocado pelo ex-candidato a vereador nunca têm apenas uma causa. A desinformação repetida ecoou em uma mente frágil. Quantas outras não podem ter efeito semelhante? _
Muitos dizem que não, mas o mercado parece dar certa credibilidade a um "pacote consistente" de redução de gastos. Certa. Na semana, o dólar pressionado em outras latitudes subiu só 0,9% no Brasil. Agora, é só esperar o G20.
Atividade econômica mais forte. E o juro?
Existem os "surtos" - aplicados ao PIB, costumam ser positivos - e, no Brasil, existem "sustos de crescimento". Ontem, surgiu mais um: o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) do Banco Central (BC) de setembro teve alta de 0,84% ante o mês anterior.
Veio perto das expectativas máximas e muito acima das médias, ao redor de 0,5%. Só de janeiro a setembro, o indicador acumula alta já superior ao centro da meta: 3,3%.
Para dimensionar o tamanho do susto, basta lembrar que a variação de agosto havia sido de 0,24% (hoje revisado pelo BC para 0,23%). Mas crescimento não é bom e todo mundo gosta? Depende. Não quando a inflação sobe a ponto de obrigar o Banco Central (BC) a reverter um ciclo de baixa e voltar a elevar o juro básico.
O objetivo de elevar o preço do dinheiro é exatamente o inverso: desacelerar a economia para poder travar repasses de aumento.
Quando os consumidores compram menos, desencorajam reajustes. Então, se o juro sobe e, mesmo assim, a economia segue aquecida, adivinhem o que tem de acontecer? É, elevar ainda mais.
Desde o duro comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom) na segunda elevação da Selic neste ano, o mercado especula sobre uma "paulada" mais forte, de 0,75 ponto percentual.
A ata igualmente dura reforçou essa tese, e o resultado do IBC-Br adiciona outra camada de risco. _
Quanto mais se espera, mais acaba tendo que fazer. O choque que precisa ser produzido depois é maior.
Roberto C. Neto
Presidente do Banco Central, sobre os sucessivos adiamentos do anúncio do pacote de corte de gastos, agora previsto para depois de 20 de novembro
180%
foi o salto das ações da Americanas, cotadas em R$ 9,41 ontem, em reação ao balanço do terceiro trimestre. Teve lucro líquido de R$ 10,3 bilhões entre julho e setembro, revertendo prejuízo de R$ 1,6 bilhão no mesmo período de 2023. A melhora se deve à execução do plano de recuperação judicial, iniciado após fraude contábil e rombo de R$ 25 bilhões. Quase triplicado, o preço da ação segue 99% abaixo de seus melhores dias.
Tramontina abre fábrica e mostra sustentabilidade
Escolas, universidades, associações, parceiros e entidades podem conhecer de forma gratuita as iniciativas sustentáveis das fábricas e central de resíduos da Tramontina em Carlos Barbosa, sede da empresa.
A iniciativa recebe cerca de mil visitantes por ano. Os passeios ocorrem uma vez por semana, intercalando entre quatro áreas diferentes. O roteiro prevê visita aos processos produtivos, Estação de Tratamento de Efluentes (ETE), Central de Triagem e Aterros em Monitoramento e Aterros em Operação.
Agendamentos ocorrem via visitas.ambientais@tramontina.com.
Impacto positivo
Daniel está na presidência desde 2019, período marcado pela aceleração da Randoncorp nas agendas ESG e de inovação, que considera prioritárias para a companhia, que celebra 75 anos de história. _
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