01 DE OUTUBRO DE 2021
OPINIÃO DA RBS
SE REABRINDO PARA O MUNDO
Mesmo que não se possa considerar a pandemia controlada no mundo, o avanço da vacinação, com o arrefecimento dos números da doença, permite que de certa forma sejam retomadas agendas que, no período mais duro da crise sanitária, tiveram de ficar em segundo plano. A busca por atrair investimentos é uma das pautas que ficaram prejudicadas, mas agora pode ser revisitada. É o que será feito pela missão governamental gaúcha que parte no domingo rumo à Espanha e à França, com o governador Eduardo Leite, secretários, o presidente da Assembleia, Gabriel Souza, e o prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo.
Viagens como essa, muitas vezes, podem não trazer anúncios bombásticos ou a confirmação imediata de investimentos vultosos. Mas, depois da paralisação forçada pela pandemia, chegou o momento de retomar contatos presenciais, mostrar a carteira de ativos que serão privatizados e concedidos, prospectar oportunidades e voltar a apresentar o Rio Grande do Sul como um destino amigável para projetos especialmente ligados à tecnologia, à inovação e às energias renováveis. É essencial, em nome do futuro, se firmar como protagonista de um dos ramos florescentes da economia mundial. Mesmo diante da consolidação das novas possibilidades de comunicação instantânea, nada substitui o olho no olho na construção de uma relação de confiança.
A agenda da missão inclui uma passagem pela feira de inovação South Summit, que também ocorre em Madri, em um esforço para atrair uma edição para Porto Alegre. Se for obtido sucesso na tentativa, será uma injeção de ânimo para começar a recuperar o segmento de eventos, um dos mais afetados pela pandemia, que tem ainda reflexos em uma série de ramos dos serviços. Ainda na Espanha, serão realizados encontros com o Banco Santander, com o Grupo Sacyr, que arrematou a concessão da RS-287, e com a Iberdrola. Na França, o compromisso é com a Hyperloop TT, que tem estudos sobre a possibilidade de um empreendimento arrojado de transporte ultrarrápido que poderia se estender da Capital à Serra, passando pela Região Metropolitana. Pode parecer algo utópico diante de dificuldades históricas para tirar do papel investimentos em infraestrutura, mas não é com pessimismo que se dão saltos de desenvolvimento.
A primeira missão internacional do Estado pós-pandemia, portanto, se justifica e pode, no médio ou longo prazos, se materializar em investimentos relevantes e estruturantes. Vender bem o Rio Grande do Sul e Porto Alegre é importante ainda para mostrar que, a despeito de alguns maus exemplos que arranham a imagem do país, existem no Brasil lideranças interessadas em construir relacionamentos e parcerias profícuas com o mundo.
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