Nasce uma empresa para disputar saneamento no RS

Na esteira das mudanças do Marco Legal do Saneamento, está nascendo no Rio Grande do Sul a Cristalina, focada no atendimento de pequenos e médios municípios. E vem com nomes de peso: Yves Besse (à direita na foto), como presidente, com passagem por gigantes internacionais do segmento, o ex-secretário especial de Desburocratização, Gestão e Governo Digital Paulo Uebel, como vice-presidente, e a ex-diretora financeira da Companhia de Águas do Brasil Daniela Pinho, como diretora-executiva. Uebel afirma:

- Os municípios vão precisar de parcerias para viabilizar a universalização prevista no marco legal. Há grandes empresas estatais e privadas para atender aos grandes municípios, mas municípios menores não são atendidos. Conforme Besse, que atuou na gigante Suez, na França, foi Uebel que uniu o time:

- O modelo do saneamento municipal é global. No Brasil, o processo foi estadualizado, mas hoje precisa ser modernizado. Segundo Uebel, a Cristalina vai ajudar as prefeituras a viabilizar projetos de concessões e de parcerias público-privadas, com foco inicial no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, que têm perfis semelhantes nas prefeituras.

- Esperamos conquistar 10 contratos em cinco a seis anos. Isso significa viabilizar investimentos de R$ 5 bilhões em 10 anos - detalha Uebel.

Além dos sócios, a Cristalina já tem um investidor de peso. Um family office gaúcho garante recursos para desenvolver projetos para os primeiros anos.

- À medida que ganharmos concessões ou PPPs, vamos levantar capital mais expressivo. Nosso objetivo é atuar em todo o Brasil, mas começamos aqui.

Pequenos municípios são vistos como parte fraca das concessões, mas Besse afirma:

- Não estamos aqui para criar problemas, mas para trazer soluções. A ideia é parceria. As companhias estaduais e municipais perceberam que não vão conseguir dar conta sozinhas dos investimentos necessários.

MARTA SFREDO

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