sexta-feira, 12 de abril de 2024


12 DE ABRIL DE 2024
POLÍTICA +

Por que Leite optou por elevar o ICMS

Entre o desgaste de propor o aumento da alíquota básica do ICMS de 17% para 19%, agora com nova embalagem, e o risco de ficar sem dinheiro para o essencial nos dois últimos anos de mandato, Eduardo Leite preferiu a primeira opção.

A avaliação no Piratini é de que nada pode ser pior do que voltar ao tempo do atraso nos salários ou de não ter dinheiro para investimentos. Por isso, não se cogita revogar os decretos que cortam benefícios fiscais, se o projeto for rejeitado.

- Não podemos deixar tudo como está para ver como é que fica - disse o chefe da Casa Civil, Artur Lemos, referindo-se à proposta de empresários de esperar para ver como se comporta a arrecadação.

Na apresentação da proposta e na entrevista que deu à Rádio Gaúcha à tarde, Leite citou os motivos pelos quais precisa garantir o aumento da receita. Um deles é a obrigatoriedade de excluir do percentual de gastos obrigatórios com educação o pagamento de professores aposentados. Essa irregularidade foi levantada na campanha de 2022.

Leite reconheceu que precisa­va excluir os aposen­tados, mas, para isso, precisava de aumento da receita.

Outro motivo é a obrigação legal de quitar os precatórios até 2029. O governo tem encaminhado um pedido de empréstimo internacional de US$ 1 bilhão para reduzir o estoque de precatórios, mediante pagamento com desconto de 40%, mas esse dinheiro não será suficiente para liquidar a conta.

São dívidas herdadas de governos anteriores, já transitadas em julgado, e que muitos credores morrem sem ver a cor do dinheiro.

Leite voltou a comparar os impostos cobrados em São Paulo e Minas Gerais (18% de ICMS e 4% de IPVA) com os 17% de ICMS e 3% de IPVA do Rio Grande do Sul para mostrar que isso não torna o RS mais competitivo.

ROSANE DE OLIVEIRA

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