quinta-feira, 18 de abril de 2024


18 DE ABRIL DE 2024
+ ECONOMIA

Vetado prédio de 45 andares no Centro

O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado (Iphae) indeferiu a construção do prédio de 45 andares da Melnick no centro de Porto Alegre. Conforme o órgão, recursos nesse âmbito administrativo são possíveis "somente se a empresa adequar o projeto à altura máxima permitida", que é de 15 andares ou 45 metros.

O principal argumento é de que a altura do projeto "não só é três vezes maior que o limite de pavimentos estabelecido pela portaria", como "mais que o dobro do número de pavimentos identificados nos edifícios mais altos do entorno do Museu (Júlio de Castilhos, foto), que situa-se entre as cotas mais altas do centro".

Ainda existe possibilidade de uma batalha jurídica em torno do projeto, mas no setor imobiliário esse tipo de recurso é considerado "difícil", inclusive por envolver desgaste de imagem. Em setembro passado, o CEO da incorporadora, Leandro Melnick, havia admitido adaptações no projeto:

- Faz parte da aprovação do projeto a conversa com as partes relacionadas. Entendemos que, como está, terá impactos positivos. Mas não está concluído, está em tramitação, que vai levar a várias adaptações.

A coluna fez contato com a Melnick para saber qual será a posição da empresa sobre o projeto, mas não recebeu retorno até o fechamento desta edição.

Em pouco mais de 15 dias, o dólar saltou de R$ 5 para R$ 5,232, como fechou ontem, depois de recuo de 0,5%. A alta tem componentes nacionais e internacionais e um contexto que inquieta o mercado: o aumento da dívida pública do Brasil, já elevada.

A confirmação de que a meta de superávit de 0,5% do PIB prevista para 2025 virou novo compromisso de déficit zero precipitou revisões de outros indicadores, como o juro, tanto o básico quanto o futuro, que indexa financiamentos a empresas, ou seja, a investimentos.

Ao apresentar o primeiro esboço do orçamento de 2025, o Ministério do Planejamento mostrou sua projeção da trajetória da dívida líquida pública. Mesmo na versão oficial, a constatação é óbvia: vai piorar antes de melhorar.

A estimativa vê aumento da dívida até 2028, para só então começar a declinar, lentamente. E é significativo que mostre elevação mais expressiva entre 2025 e 2026. Pelos dados do Ministério do Planejamento, no ano da eleição presidencial a dívida subiria 1,2 ponto percentual, a maior variação da série histórica apresentada.

É preciso, ainda, acrescentar que, sim, houve imprevistos, especialmente no cenário externo. O risco de ampliação de um conflito no Oriente Médio não estava no horizonte.

No entanto, a dependência do aumento de receita na fórmula do ajuste fiscal foi amplamente apontada como fator de risco maior. O controle de gastos é mais controlável, disseram sete em 10 economistas. Em um mundo instável, faz diferença.

MARTA SFREDO

Nenhum comentário: