quarta-feira, 17 de abril de 2024


17 DE ABRIL DE 2024
HISTÓRICO E ESSENCIAL

Aos 80 anos, Pronto Socorro quer seguir crescendo com Porto Alegre

Instituição de saúde inaugurada em 19 de abril de 1944 passou por várias reformas e tem projeto de expansão para 2028

Quando o prédio de cinco andares que abriga o Hospital de Pronto Socorro de Porto Alegre (HPS) foi erguido no bairro Bom Fim, na década de 1940, o cenário da Capital era bem diferente. O movimento de pessoas e veículos era menor, assim como os índices de violência. As mudanças demográficas fizeram com que a instituição de saúde fosse se adaptando, tornando-se referência no atendimento de casos de trauma para o Rio Grande do Sul. É com esse status e um novo projeto de expansão em vista que o hospital completa 80 anos na sexta-feira.

Até a inauguração da sede localizada no Largo Teodoro Herz, entre as avenidas Osvaldo Aranha, Venâncio Aires e José Bonifácio, em 19 de abril de 1944, o serviço de assistência em saúde de Porto Alegre para casos urgentes funcionava no Paço Municipal. De acordo com a diretora-geral do HPS, Tatiana Breyer, a instituição começou a ser construída no governo de José Loureiro da Silva e foi entregue já na gestão de Antônio Brochado da Rocha, quando a cidade tinha hospitais que atendiam basicamente casos clínicos e de pediatria.

Em 2004, o prédio histórico ganhou um anexo, com acesso pela Avenida Venâncio Aires, para abrigar setores administrativos. A entrada principal do hospital também foi adaptada, anos depois, para que os pacientes tivessem um local coberto para aguardar atendimento.

Mais recentemente, a instituição passou por melhorias como as reformas das unidades de terapia intensiva (UTIs) pediátrica e do quarto andar, a criação de uma enfermaria de trauma pediátrico e a aquisição de equipamentos para diferentes setores. Já o banco de sangue do hospital, que passou anos fechado devido à falta de uma equipe especializada, foi reaberto em 2023. Mesmo assim, Tatiana admite que ainda há questões estruturais importantes a serem resolvidas:

- Tem a questão do telhado, que já é um problema crônico e que agora finalmente vai sair. Assinamos o contrato para começar a reforma. Tem a reforma da UTI de queimados, que para nós também é fundamental. Estamos reformando toda a parte de rede de água quente do hospital. Ainda tem parte de geradores e infraestrutura de rede de gases.

Violência

Em relação às principais mudanças ocorridas nos atendimentos no decorrer dos anos, a diretora-geral cita o aumento da circulação de automóveis, da violência e da gravidade dos feridos. Outro fator é o envelhecimento da população. Diariamente, de cinco a seis idosos chegam ao HPS com algum membro quebrado, devido a quedas em casa.

- Os meus amigos do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) dizem que, dentro do atendimento pré-hospitalar, antigamente traziam os pacientes com uma série de ferimentos. Agora, muitas vezes não conseguem nem trazer, porque as pessoas morrem no local, devido ao calibre do armamento do crime organizado - comenta.

Conforme Tatiana, o HPS também atua como sinalizador do funcionamento da rede de saúde de Porto Alegre e da Região Metropolitana. Isso porque, quando existe algum problema em outro hospital, a procura pela instituição aumenta - algo que ocorreu nas últimas semanas, devido a questões como troca de gestão, greves e suspensão de atendimentos em hospitais de municípios vizinhos:

- Percebemos que as pessoas têm urgência em resolver seus problemas. E, na unidade de atenção primária, às vezes há uma certa dificuldade de ter os exames prontamente. Por isso temos essa procura enorme de pacientes pela nossa porta de entrada. Isso acaba superlotando um lugar que deve atender coisas mais graves, como o acidente de trânsito e todas as questões de violência.

JHULLY COSTA

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