06 DE ABRIL DE 2024
MONJA COEN
O DIA EM QUE BUDA NASCEU
Segundo os pesquisadores das universidades japonesas, Sidarta Gautama, que se tornaria Xaquiamuni Buda, fundador do budismo, nasceu no que hoje seria o dia 8 de abril. Contam os antigos que era filho tardio do Rei Sudodana e da Rainha Maia. Casados há anos, não tinham filhos. Lamentavam sua sorte e sempre faziam preces suplicando por um descendente.
O tempo corria. Certa noite, a Rainha Maia teve um sonho estranho: um elefante branco a tocava com sua tromba embaixo da axila.
Era hábito consultar oráculos, pessoas capazes de compreender e interpretar sonhos. Foi chamado o grande oráculo, que muito se alegrou com o sonho auspicioso: a rainha estava grávida, teria o tão esperado filho.
Certamente Sigmund Freud ou Gustav Jung, entre outros estudiosos da mente e dos sonhos, não teriam interpretado dessa forma. Explico: na Índia antiga, uma sociedade dividida em castas sociais, filhos de reis e rainhas nasceriam sob a axila da mãe. Os religiosos, brâmanes, nasceriam da cabeça da mãe.
Elefante branco não existe, ou seja, o impossível se tornaria possível. A tromba do elefante branco tocara a axila da rainha.
Dito e feito. No prazo adequado, a rainha e toda sua corte saíram em direção da casa de sua mãe para lá nascer o primogênito. Entretanto, antes de chegar ao palácio real, num jardim florido, o bebê nasceu.
Seus discípulos, mais tarde, descreveram que no momento do seu nascer todas as flores do jardim desabrocharam e as deidades enviaram um néctar celestial, uma doce chuva, que cobriu todos abençoando esse nascimento raro.
Contaram também que o recém-nascido teria dado 10 passos para o Norte, 10 passos para o Sul, 10 passos para o Leste e 10 para o Oeste. Parando bem ao centro, levantou a mão direita para o céu, com a mão esquerda apontou a Terra e exclamou: "Entre o Céu e a Terra, sou o único a ser venerado".
Numa sociedade de inúmeras deidades, anunciava que quem deveria ser a venerado é o ser humano que desperta. A palavra Buda quer dizer exatamente isso: o desperto.
Pois cresceu inteligente e hábil. Sua mãe morreu uma semana após seu nascimento. Foi criado por sua tia, irmã de sua mãe. Casou-se, teve um filho e fugiu. Fugiu do castelo, fugiu de todas suas funções reais. Havia um questionamento que não cessava: "Qual o sentido da vida? Qual o propósito de viver, se todos vamos envelhecer, adoecer e morrer?".
Perguntas que não se calavam o levaram a sair à procura de respostas. Praticou Yoga, praticou austeridades raras e finalmente sentou-se em Zen. Foi num desses momentos de silêncio introspectivo que despertou, que se tornou um Buda.
Pregou até os 80 anos de idade. Morreu adoentado, deitado e ensinando a verdade.
Abril é época de celebração, mês em que o Buda histórico nasceu na Índia antiga há mais de 2,6 mil anos. Celebremos, na próxima segunda-feira, o nascimento de Sidarta Gautama, que se tornaria o Buda histórico. Não o primeiro, último ou único Buda, mas o Buda do qual temos comprovações históricas de sua vida, de seus ensinamentos e da sua continuidade em cada uma, cada um de seus sucessores e sucessoras.
Buda vive! Buda vive em mim, em você, em nós, em cada criatura que desperta e faz o bem a todos os seres. Seja um/uma Buda viva!
Mãos em prece
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