quarta-feira, 15 de fevereiro de 2023



15 DE FEVEREIRO DE 2023
+ ECONOMIA

RS tem terceira cidade mais rica do país

O Mapa da Riqueza no Brasil, um levantamento da FGV Social que já havia surpreendido em 2020, teve uma atualização que trouxe informações ainda mais inesperadas: está no Rio Grande do Sul a terceira cidade mais rica do país. É Nova Alvorada, no Norte do Estado, entre Soledade e Nova Prata, a cerca de 234 quilômetros de Porto Alegre.

Emancipada em 1988 e hoje com cerca de 4 mil habitantes, tem renda média de R$ 6.150, só atrás de Nova Lima (MG), com R$ 8.897 e Aporé (GO), com R$ 8.109. A renda média de Porto Alegre apontada no Mapa da Riqueza é de R$ 3.775, ou seja, quase 40% menor. E a gaúcha é a segunda capital mais rica do país, só atrás de Florianópolis (SC), com R$ 4.215.

O levantamento é baseado nas informações do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF), escolhido por captar melhor a renda proveniente de ganho de capital, como os lucros no mercado financeiro, ou distribuído pelas empresas, o que dá mais realismo para o rendimento dos mais ricos.

O objetivo do estudo não é fazer um ranking de ricos, mas avaliar a desigualdade no Brasil que, conforme o estudo, agravou-se. Unindo a base de dados do IRPF à da Pnad Contínua, situou o índice de Gini em 0,7068 em 2020, muito acima dos 0,6013 calculado apenas com base na Pnad contínua. Conforme esse indicador, quanto mais perto de 1, maior é a desigualdade. E cada 0,03 ponto representa uma grande mudança.

RCN faz discurso de gente grande Lotada com antecedência

foi o fechamento do dólar, ontem, 0,41% acima da véspera. A bolsa brasileira fechou em baixa de 0,89%. Os dois movimentos foram atribuídos à preocupação com a inflação... nos Estados Unidos, que pode exigir elevações mais fortes do que as previstas.

A uma entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, em que desfraldou a bandeira branca ao governo Lula, o presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, agregou um apelo ontem: para que o mercado tenha mais "boa vontade" com o governo Lula. Do outro lado, colheu silêncio, sinal de possível trégua. Se faltou algo, foi explicar por que usou camiseta amarela ao votar em outubro - com autonomia do BC já aprovada. Preferiu dizer que as eleições haviam sido "legítimas".

RCN - como é conhecido no mercado - tem provas materiais e auditáveis a seu favor: elevou a Selic para 13,75% pouco mais de dois meses antes do pleito. Disse até que Paulo Guedes, quando estava no Ministério da Economia, também ligava para reclamar.

Quase ao mesmo tempo, enquanto petistas desfiavam novas críticas ao BC em jantar comemorativo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva não citou a instituição. Se for trégua, é bom para todos, principalmente para os cidadãos brasileiros, que não terão de pagar a conta de mais uma disputa de poder na forma de alta de juro de mercado e maior risco de inflação. Sobre a convocação para depor no Senado, falou como gente grande:

- É meu trabalho, vou sempre que for necessário.

Mas ao dizer que "se a gente fizer mudança (aumento na meta) agora, sem ter ambiente de tranquilidade, vai ter efeito contrário ao desejado", deixou uma janela aberta no curto prazo. Esse ambiente, acrescentou depois, pode ser conquistado nos próximos meses, com o marco fiscal e a reforma tributária. Para criar esse clima, observou, não precisa nem ter tudo aprovado, basta encaminhar para as comissões no Congresso.

- À medida que as reformas avancem, podemos voltar a ter uma situação como a de dezembro (em que se projetava início do corte de juro para junho), talvez até melhor. Mas temos de fazer aprimoramento total do sistema de metas, não apenas aumentar a meta.

Esse "aprimoramento", detalhou, vem sendo estudado desde 2017 e "vai ser discutido no CMN". Disse que quem apresenta proposta de mudança é o presidente do conselho, hoje o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a quem qualificou de "super bem-intencionado". Habilidoso, disse duas vezes que seria "deselegante" opinar sobre política fiscal, um assunto que não é do BC, e ainda que seria "indelicado" falar sobre a estratégia do BNDES. Para bons entendedores, passou a mensagem. Mas ficou só nessa leve ironia.

Fez questão de repetir que quer "estar próximo do governo e atuar com o governo", "trabalhar em harmonia", e ainda disse que fará "tudo o que estiver ao meu alcance para aproximar o Banco Central do governo". Se não bastasse, buscou identidade com Lula na questão social:

- Toda a agenda do Banco Central é social. A gente acredita que é possível fazer fiscal com o bem-estar social. Mas a gente acredita que é muito difícil ter bem-estar social com inflação descontrolada.

Citou Pix, open finance, crédito cooperativo e microcrédito como partes de sua "agenda social" que passa por digitalização e bancarização. E reiterou:

- Trabalhar em ambiente colaborativo é melhor para a sociedade.

Perguntado se, no limite da pressão, deixaria o cargo, disse ser "irrelevante" para a instituição como indivíduo - e avisou que não pedirá demissão, por compromisso com quem apoiou a aprovação da autonomia.

A primeira edição da Brazilian Footwear Show (BFShow), feira organizada pela Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados), em parceria com a NürnbergMesse Brasil, ocorre só em novembro. A nove meses do evento, 85% do espaço disponível para expositores já está reservado.

A decisão da Abicalçados de organizar feiras próprias gerou polêmica e chegou a ser alvo de apuração do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Segundo o presidente da Abicalçados, Haroldo Ferreira, o projeto foi uma demanda dos empresários:

- Antes de lançar oficialmente, ouvimos indústrias e lojistas. Será um evento feito pela indústria para o varejo, abrangendo todas as demandas do mercado, que busca uma mostra com menos custos, transparente e focada em negócios.

O evento será entre 21 e 23 de novembro, na Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs), em Porto Alegre. Parceira na BFShow, a NürnbergMesse Brasil é uma subsidiária do Grupo NürnbergMesse, que organiza cerca de 120 feiras e congressos, dos quais 14 no Brasil.

- A expectativa para a primeira edição da BFShow é muito boa, principalmente pelo que podemos sentir nos polos calçadistas visitados no ano passado - afirma João Paulo Picolo, CEO da NürnbergMesse Brasil.

MARTA SFREDO

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