terça-feira, 14 de fevereiro de 2023


14 DE FEVEREIRO DE 2023
ARTIGOS

LEMBRAR NOSSAS RAÍZES PARA FOMENTAR A TOLERÂNCIA

Ao refletir sobre o Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto, em 27 de janeiro, foi marcante olhar para a minha árvore genealógica. Alguns galhos da minha família se expandiram e prosperaram, mas outras linhagens não seguiram adiante. Esses galhos podados são minha família assassinada no Holocausto. Hoje, os judeus são 0,1% da população mundial e precisamos reunir nossas memórias. 

Nesse dia, o rabino Marcos Perelmutter lembrou-se de um ritual judaico que conduzia em memória a um dos últimos sobreviventes do Holocausto em Porto Alegre. Ele sentiu cair sobre si o peso do desafio de manter uma memória - como os outros vão entender os horrores que os judeus viveram quando não houver ninguém mais para contar? Ele então lembrou de um dito judaico: "Embora não consigamos completar uma boa ação, isso não nos exime da obrigação dela".

O Consulado-Geral dos EUA em Porto Alegre recebeu o rabino Marcos em 26 de janeiro justamente para isso, recordar. Ele detalhou para a nossa comunidade, de americanos e brasileiros, as atrocidades do Holocausto e falou do antissemitismo, que tristemente ainda não foi extinto. Ao responder a uma colega, que perguntou por que agora havia um muro na sinagoga Centro Israelita, explicou que embora nem todas as ameaças se tornem públicas, "somos sempre um alvo".

Como diplomata americana, me orgulho dos espaços de lembrança criados pelo governo dos EUA, como a conversa com o rabino. Em 27 de janeiro, o marido da vice-presidente dos EUA, Doug Emhoff, e a enviada especial dos EUA para monitoramento e combate ao antissemitismo, Deborah Lipstadt, foram a Auschwitz honrar a memória e o legado do Holocausto. Eles escreveram: "O antissemitismo pode ser considerado uma das formas mais antigas de ódio, mas seu impacto insidioso e seus perigos não estão relegados ao passado".

Nós podemos ser uma força para frear ou até mesmo impedir o crescimento do antissemitismo. Vamos lembrar as nossas raízes e as dos demais, reconhecendo o passado para fomentar uma sociedade mais tolerante e empática, na qual todos os galhos possam prosperar. Como disse o rabino, "Só vivemos com plenitude quando compartilhamos e festejamos as diferenças". 

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