sexta-feira, 17 de fevereiro de 2023


17 DE FEVEREIRO DE 2023
+ ECONOMIA

Mais um desgaste da Americanas

A mais esperada sinalização dos principais acionistas da Americanas - a injeção de dinheiro para garantir a sobrevivência - pegou mal.

Além de um valor correspondente a menos da metade do esperado - R$ 7 bilhões ante expectativa de R$ 15 bilhões -, ainda envolve R$ 18 bilhões em dívidas com bancos que seriam transformadas em participação acionária ou relegadas ao fim da fila dos credores (efeito prático da conversão em "dívida subordinada"). A proposta foi feita ontem pelos três acionistas de referência - Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira. O "comparecimento" foi bem-visto, mas as condições são consideradas inaceitáveis.

No final da reunião, a companhia emitiu fato relevante em que admite que "não houve, até o momento, acordo com relação à proposta apresentada".

é o impacto fiscal estimado das duas primeiras "bondades" do governo Lula. O aumento do salário mínimo de R$ 1.302 para R$ 1.320 a partir de maio (gasto de R$ 4,8 bi), e o aumento da isenção do IR de R$ 1,9 mil para R$ 2.640 (redução de receita de R$ 16,7 bi, conforme o economista Felipe Salto).

A chance do hidrogênio

O estudo apresentado ontem pela McKinsey encomendado pelo governo do Estado tem números ambiciosos - R$ 60 bilhões de aumento do PIB e 40 mil empregos até 2040. Sempre é bom ver essas projeções como um estímulo. Ter análise que ajude os candidatos a investidores - Neoenergia, Enerfín e White Martins já têm memorandos de entendimento com o Piratini - é o passo inicial. O Rio Grande do Sul tem grande potencial, mas parte atrás do Nordeste.

Um dos pontos críticos é o fato de que 60% do preço do hidrogênio verde depende do custo de energia. Outro é desenvolver esse mercado. Os desafios não são pequenos, mas os parques eólicos mostram que há chance real de embarcar na nova onda energética global. Não é um projeto de curto prazo, mas sem dar esses passos agora, há risco de perder o momento. O fato de o governo do Estado ter despertado cedo e dado papel central ao tema ajuda. Mas essa é uma política de Estado, não de governo. Precisa ser garantida ao longo das próximas décadas.

MARTA SFREDO

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