segunda-feira, 12 de setembro de 2016



12 de setembro de 2016 | N° 18632 
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

"DOWNTON ABBEY" À BEIRA-MAR


Poldark é mais uma série da BBC que está fazendo um baita sucesso, em especial na sua Inglaterra natal. Seu efeito tem sido tamanho que todo um turismo surgiu a partir do desejo dos milhões de espectadores de saber o que a Cornuália tem.

Tem rochedos à beira mar, tem mar, tem muito verde, gaivotas, cavalos com patas peludas galopando para lá e para cá, e tem ainda uma coleção de emoções pra Downton Abbey nenhuma colocar defeito.

E é isso que funciona em Poldark, na opinião desse que vos atormenta com essas pessimamente traçadas: Poldark é Downton Abbey menos uns cem anos, mais paisagens à beira-mar. Mesmos conflitos entre seres de classes sociais distintas, mesmas classes.

O sucesso de Downton Abbey se deveu ao uso inteligente dos dois andares da casa: o de cima, da nobreza para lá de chique mas já meio arruinada da Inglaterra de 1912; o de baixo, dos que servem os de cima e suas vidas, vamos lá, muito mais interessantes ou autênticas do que as do andar de cima.

Poldark vai no mesmo caminho, mesmo que de forma menos imponente: 1800 era menos rico do que 1900, e a Cornuália é mais rural e menos poderosa do que Londres e arredores.

A época é o início dos 1800, e um membro da gentry, a nobreza rural, se sente desconfortável com sua classe e seus preconceitos. Ross Poldark lutou na guerra americana, viu que os ingleses estavam do lado errado, e voltou querendo mudar tudo, ou ao menos o seu canto daquele mundo. Aí começa o drama e não para mais. Aliás, melodrama para valer, daquele que a gente faz que não gosta, mas gosta.

Se der, vejam. A segunda temporada acaba de começar por lá, e primeira anda por aí, em algum lugar.

Fica a dica.

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