segunda-feira, 28 de dezembro de 2015



28 de dezembro de 2015 | N° 18398 
MARCELO CARNEIRO DA CUNHA

A ILHA DESERTA


Fim de ano exige listas de coisas que a gente precisa fazer antes que um meteoro acerte a Terra ou o ano termine, o que vier antes. A minha lista deste ano é, claro, a de séries que você precisa ver na ilha deserta onde certamente irá passar o Réveillon.

Não sei quanto a vocês, mas eu nunca sairia de casa para uma ilha sem levar as 10 caixas com as temporadas de Friends. Em primeiro lugar, por elas existirem na forma de caixa, porque nem todas as ilhas desertas têm wi-fi, que eu lembre. Ross, Rachel, Monica, Chandler, Phoebe e Joey são mais do que personagens, ícones do que uma amizade vem a ser, especialmente aquelas contaminadas pela vida e pelo tempo.

Seinfeld não pode faltar em qualquer ilha deserta que se dê o mínimo de respeito. É a história de uma ilha, Manhattan, que não é menos deserta pelo detalhe de ter alguns 8 milhões de habitantes, e Seinfeld é a prova. Os textos são brilhantes, as situações, hilárias, e tudo dentro do espírito de ser, acima de tudo, uma série sobre o nada, ou seja, sobre a gente.

Band of Brothers é a melhor série de guerra que o mundo já viu, e guerra combina com ilhas desertas, no mínimo para quebrar o silêncio ou fazer a gente se sentir feliz por estar longe de um mundo com guerras. Direção de arte perfeita, sentimento de época idem, e traduz a sensação de que a chegada dos americanos à França desentortou o mundo em 1944, o que não deixa de ser verdade.

Wolf Hall tem que estar na sua bagagem. Está disponível na Netflix, portanto, escolha uma ilha com internet e tudo irá bem. Assistindo a ela você mais ou menos compreende a razão pela qual Henrique VIII teve tantas esposas, sendo que ele não era assim tão lúbrico ou doido, mas apenas um ser do seu tempo, que incluía a cisma da Igreja Católica.

Encerrando esta lista, vejam The Game, a deliciosa série de espionagem da BBC. Se passa nos anos 1970, o clima é perfeito, e vai deixar você feliz por estar em uma ilha sem ninguém para ficar grampeando você.

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