quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


10 de dezembro de 2015 | N° 18381
ECONOMIA

Inflação sobe e chega a 10,48% em 12 meses


TAXA ACUMULADA é a maior desde 2002. Alta de preços deve continuar, projetam economistas

Depois da energia elétrica, do botijão de gás e do velho conhecido tomate, desta vez foram os combustíveis os responsáveis por impulsionar os preços para cima. Com o aumento no custo da gasolina e do etanol em algumas regiões do país em novembro, a inflação oficial brasileira atingiu 1,01% em um único mês e já acumula alta de 10,48% em 12 meses. É o maior percentual em 13 anos.

Na Grande Porto Alegre, o aumento foi ainda maior: de 1,03% no mês passado e de 11,20% no período de 12 meses.

Além dos combustíveis, o segmento de alimentação e bebidas impulsionou a inflação. Este item registrou alta de 1,83% e foi responsável por 0,46 ponto percentual do índice de 1,01%.

A crise nas contas públicas e a abertura do processo de impeachment devem retardar o controle dos preços ao longo de 2016. De janeiro a novembro deste ano, a inflação soma 9,62% no país, o segundo pior resultado para o índice em duas décadas.

A avaliação de economistas é de que os preços continuem avançando em ritmo semelhante nos próximos meses, estimulados pelas compras de final de ano e pelo reajuste nas tarifas do transporte público. O Banco Central estima que a inflação comece a retroceder para dentro da meta ao longo de 2016, enquanto o mercado financeiro vê maior estabilidade dos preços somente a partir de 2017.

– Recessão não significa queda de inflação. O controle só acontecerá quando o Banco Central resolver parar de esperar por milagres e decidir atuar para reduzir a inflação – afirma o professor de Economia da Universidade de Brasília (UnB), Roberto Elerry.

Para a economista Monica de Bolle, pesquisadora do Peterson Institute for International Economics, o Banco Central tem deixado de elevar o juro para evitar ainda mais desgaste nas contas públicas, já que parte da dívida é atrelada à taxa Selic.

– O processo de impeachment também pode trazer complicadores na medida em que tira do foco do Congresso as propostas de ajuste fiscal – alerta Monica.

CADU CALDAS | CADU.CALDAS@ZEROHORA.COM.BR

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