18 de dezembro de 2015 | N° 18389
DAVID COIMBRA | David Coimbra
Dia de Orgulho para o Brasil
Não tenho o prazer de conhecer o senhor Mark Zuckerberg. Gostaria. Deve ser uma boa conversa numa mesa com algumas Sam Adams meio geladas. No entanto, sei de algo sobre ele:
Ele jamais deixaria de cumprir uma determinação da justiça americana. Porque Mark Zuckerberg sabe, e todos os que vivem nos Estados Unidos sabem, que, se alguém desafiar a lei americana, terá punição certa e dura.
Mas Mark Zuckerberg e seu WhatsApp deixaram de cumprir uma ordem da justiça brasileira. Por duas vezes, um juiz mandou que ele abrisse informações de sua empresa para a polícia, e ele não obedeceu.
Zuckerberg e sua empresa foram punidos. A punição foi exemplar, como tem de ser as punições. Tanto que Zuckerberg se manifestou. Se fosse apenas uma punição monetária, ele pagaria a multa, ou recorreria à outra instância, e rir-se-ia da pretensão de um juizinho do interior da América do Sul.
Aconteceu, pois, o que tinha de acontecer. Aconteceria nos Estados Unidos. Aconteceria em qualquer país em que a lei é respeitada.
Zuckerberg disse que foi um dia triste para o Brasil, por causa da punição ao WhatsApp.
Não. Foi um dia de orgulho para o Brasil.
Não por ufanismo, nem por qualquer arrosto patriótico, mas por ver que o Brasil está mudando. Está se tornando um país em que as leis são cumpridas, e é sempre importante lembrar que, numa democracia, o cumprimento das leis significa o respeito ao povo que as faz. Porque, sim, é o povo quem faz as leis de um país democrático.
Nos últimos tempos, a justiça e a polícia brasileiras têm deixado claro que, no Brasil, as leis são cumpridas e, se não o forem, haverá punição. Se o simpático senhor Zuckerberg quiser trabalhar e ganhar dinheiro no Brasil, tem de respeitar as leis brasileiras. Talvez ele não soubesse disso.
Agora sabe.
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