08 de julho de 2015 | N° 18218
MOISÉS MENDES
O ato falho de Aécio
A melhor piada sobre a Tática Eduardo Cunha – de tentar
aprovar no dia seguinte o que foi rejeitado no dia anterior – está no site da
revista Piauí. Conta que o Brasil poderia recorrer à tática da repetição, para
que, em jogos sucessivos, um dia o Brasil ganhasse da Alemanha por 7 a 1.
Brasil e Alemanha só iriam parar de jogar quando o placar
mais vexatório de uma Copa se repetisse ao inverso. O problema é combinar com
os alemães.
Outra ideia da Tática Eduardo Cunha que vem circulando pela
Aberta dos Morros é sobre o trauma dos tucanos. Ontem, Aécio Neves disse em
entrevista ao Potter e ao David Coimbra, no Timeline da Gaúcha, que foi
reeleito presidente da República no fim de semana.
Seu Mércio estava ouvindo e caiu do banquinho. Mas entendeu.
É o ato falho de quem deseja muito chegar ao poder. E pode chegar. Pelo método
Cunha de obter vitórias a qualquer custo, o Brasil faria eleições a cada seis
meses, sucessivamente, até que alguém do PSDB vencesse.
Começaria, por antiguidade, pelo Serra, que já perdeu duas e
tem mais experiência. Depois, viria Alckmin, com o programa Sua Sede Sua Água.
Por último, Aécio.
Seu Mércio é guarda de rua na Aberta. Escuta rádio todo o
dia. Ouviu falarem da LECRAV pela primeira vez na semana passada. A LECRAV é a
Lei Eduardo Cunha da Repetição Até a Vitória (que já seria uma lei, aprovada
pelo Congresso, depois de 16 votações sucessivas).
Pela LECRAV, se ao final de 12 anos nenhum tucano for
eleito, deve ser tentado então o impeachment de quem estiver no poder. A Câmara
deveria realizar votações consecutivas até a obtenção de dois terços para a
cassação do mandato de Lula, Dilma, do Levy Fidelix, da Luciana ou da Marina
Silva.
Os tucanos teriam o direito adquirido, depois de muita
insistência, de pedir o impeachment de quem estivesse no governo.
Se for Dilma, se repetirá no Brasil o que aconteceu com o
poderoso ministro das Finanças da Grécia. Yanis Varoufakis, mandado embora pelos
europeus, montou na sua moto e saiu acenando para os jornalistas. Poderemos ver
Dilma deixando o Palácio do Planalto de bicicleta.
Um dia depois, Aécio – que assumiria em caso de impeachment
– desembarcaria no poder de helicóptero, apesar de alguns defenderem que deva
chegar montado num cavalo branco, com o Eduardo Cunha ou o Renan Calheiros na
garupa.
Mas não desembarcaria em Brasília, e sim no
Aterro do Flamengo. O governo tucano restabeleceria o charme do Palácio do
Catete. Seu Mércio acha que a política retrô é muito mais divertida no Rio.
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