terça-feira, 21 de julho de 2015



21 de julho de 2015 | N° 18233
POLÍTICA ESCÂNDALO DA PETROBRAS

Três executivos são condenados

EX-DIRIGENTES DA CAMARGO CORRÊA receberam penas de até 15 anos, mas só um deles ficará no regime fechado

Titular das ações penais da Operação Lava-Jato, o juiz Sergio Moro condenou executivos da construtora Camargo Corrêa por crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e atuação em organização criminosa referentes a superfaturamento e pagamento de propina para obtenção de contratos de obras da Petrobras.

A condenação refere-se às obras da Refinaria Getúlio Vargas, no Paraná, e da Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. De acordo com a sentença, a Camargo Corrêa pagou R$ 50 milhões de propina à Diretoria de Abastecimento da Petrobras apenas nesses dois contratos. O valor equivale a 1% do valor das obras, segundo a decisão. Esse é o montante definido pelo juiz como ressarcimento a ser feito à estatal pelos condenados, além de outras multas criminais e civis.

O juiz também condenou o ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa e o doleiro Alberto Youssef. O agente da Polícia Federal Jayme Alves de Oliveira Filho, o Jayme Careca, foi condenado a 11 anos e 10 meses de prisão por lavagem.

Na sentença, o magistrado absolveu o empresário Márcio Andrade Bonilho, do Grupo Sanko Sider, do crime de corrupção ativa, por falta de provas. Também foi absolvido Adarico Negromonte Filho, irmão do ex-ministro Mário Negromonte, da imputação do crime de organização criminosa e de lavagem de dinheiro.

Esta é a primeira sentença contra executivos, no âmbito da sétima etapa da Lava-­Jato, batizada de Juízo Final, que alcançou o cartel na Petrobras. Cabe recurso da decisão.

A SITUAÇÃO DE CADA UM

DALTON AVANCINI
Ex-presidente da Camargo Corrêa
- Sentença: 15 anos e 10 meses de prisão, mais multa de R$ 1,2 milhão.
-Como ficou após a delação: permaneceu na cadeia quatro meses e 10 dias, período da prisão preventiva. Vai cumprir um ano da pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, até 14 de março de 2016. Depois, ficará pelo menos dois anos no semiaberto diferenciado (obrigação de dormir em casa) mais cinco horas semanais de serviços comunitários. Em seguida, progride para o aberto, encerrando a obrigação de dormir em casa. Vai pagar R$ 2,5 milhões como indenização cível, além do R$ 1,2 milhão como multa criminal.
EDUARDO HERMELINO LEITE
Ex-vice-presidente da Camargo Corrêa
-Sentença: 15 anos e 10 meses de prisão e multa de R$ 900 mil .
-Como ficou após a delação: permaneceu na cadeia quatro meses e 10 dias, período da prisão preventiva. Vai cumprir um ano da pena em prisão domiciliar com tornozeleira eletrônica, até 14 de março de 2016. Depois, ficará pelo menos dois anos no semiaberto diferenciado (obrigação de dormir em casa) mais cinco horas semanais de serviços comunitários. Em seguida, progride para o aberto, encerrando a obrigação de dormir em casa. Vai pagar R$ 5,5 milhões como indenização cível.
JOÃO AULER
Ex-presidente do conselho da Camargo Corrêa
-Sentença: Condenado a nove anos e seis meses de prisão, mais multa de R$ 288 mil.
-Como será a execução da pena: começará no fechado, podendo evoluir para o semiaberto após o cumprimento de 1/6 da pena.
PAULO ROBERTO COSTA
Ex-diretor de Abastecimento da Petrobras
-Sentença: Seis anos de prisão e multa de R$ 373 mil.
-Como ficou após a delação: a condenação será unificada às demais. Em abril, havia sido condenado em outra ação a sete anos e seis meses. Costa não deverá voltar à prisão, ele já cumpre prisão domiciliar com uso de tornozeleira.
ALBERTO YOUSSEF
Doleiro
-Sentença: Oito anos e quatro meses de prisão e multa de R$ 593 mil.
-Como ficou após a delação: a condenação será unificada às demais. Em abril, havia sido condenado a nove anos e dois meses. Graças ao acordo, passará só três anos na prisão.
JAYME ALVES DE OLIVEIRA FILHO
Policial federal, conhecido como Jayme Careca
-Sentença: 11 anos e 10 meses de prisão e multa de R$ 285 mil.
-Como será a execução da pena: no fechado.

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