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segunda-feira, 3 de outubro de 2011
03 de outubro de 2011 | N° 16845
ARTIGOS - Cláudio Brito*
Luzes, câmeras, ação
Não se engane, o cinema não é meu tema.
Não está no título a frase de algum diretor ordenando o começo da tomada de uma cena. O trânsito na BR-116 é o assunto.
As boas luzes da fiscalização eficiente, as câmeras que funcionam 24 horas por dia e a ação dos policiais rodoviários preenchem este espaço como confirmação de que não importa o tamanho das penas, o que desencoraja qualquer transgressão é a certeza da punição.
O Código de Trânsito atual tem mais de uma década e a rodovia que liga Porto Alegre ao Vale do Rio dos Sinos tem sido um descalabro. As obras possíveis estão feitas ou em andamento, mas agora se vê que a conduta dos motoristas tem tanto ou mais a ver com os congestionamentos, colisões e outras ocorrências mais graves.
Nos últimos dias, com a fartura de notícias sobre a efetividade empregada na fiscalização, notei que todos dirigem com mais cautela sob o olhar eletrônico das câmeras de vigilância.
Os motoristas de caminhões pesados cumprem a regra que os coloca sempre à direita, permitidas as ultrapassagens e o retorno ao lugar que lhes está reservado.
Os motoristas de automóveis cumpriram o que a lei determina, pelo menos nos horários em que também passei por lá, indo ou vindo.
No movimento mais intenso, houve uma diferença, em relação ao passado recente: a muvuca diária aconteceu de modo mais organizado.
Não digo que tudo esteja resolvido, longe disso. A qualquer momento pode um engavetamento derrubar meu otimismo, mas, com certeza, a trégua havida se deve ao uso efetivo da lei, este é o ponto.
Mesmo todos sabendo que as câmeras não são instrumentos para medir-se a velocidade, a correria diminuiu. Cruzei a BR-116 à noite e vi motoristas comportadíssimos em lugares e circunstâncias que antes serviam de estímulo à imprudência.
Em Sapucaia do Sul, mais de meia-noite, de quinta para sexta-feira, seis ou sete carros parados ante o semáforo no vermelho. Antes, no mesmo lugar, a prática era uma piscada de farol e o avanço, alegadamente por questões de segurança. Vai ver que as câmeras também tornaram as pessoas mais confiantes. Afinal, nossa BR virou um Big Brother. Positivo olheiro eletrônico a fornecer à Polícia Rodoviária a identificação dos infratores e o flagrante que justificará a autuação.
Repito o companheiro Antônio Carlos Macedo, que, na Rádio Gaúcha, advertiu: “Tomara que não seja uma vassoura nova, apenas. Quando a mídia tirar das manchetes as câmeras e as multas, aí saberemos se a nova ordem pegou de verdade”.
Concordo, Macedão. Então, cumpro minha parte. Não deixo a peteca cair. Se percebermos algum arrefecimento, algum desânimo entre os que devem aplicar a lei, vamos lembrá-los da melhora sensível que todos notamos quando vimos luzes sobre a pista, câmeras que buscam e gravam imagens distantes e, a partir disso, a ação eficiente da Polícia Rodoviária Federal.
*Jornalista
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