quinta-feira, 27 de maio de 2010



27 de maio de 2010 | N° 16348
PAULO SANT’ANA


Ódio aos aposentados

Segundo se noticia, o governo federal se recusa a conceder reajuste de 7,7% aos aposentados do INSS que ganham acima do salário mínimo, aprovado pela Câmara e pelo Senado.

No entanto, este mesmo governo concedeu anteontem aumento de salários para 32 mil funcionários federais, sob a forma eufêmica de vantagens que vão custar aos cofres públicos R$ 800 milhões.

Não há dúvida de que o que existe é ódio aos aposentados.

Eles são considerados escória pelo governo.

Um ingrediente infalível na dinâmica brasileira é a bitributação.

Um entre vários exemplos: o sujeito gasta uma fortuna para formar-se em Direito. Forma-se, e a Ordem dos Advogados declara que ele ainda não está formado, tem de fazer o exame da Ordem.

E aí aumenta o preço da inscrição ao exame de R$ 130 para R$ 200.

Em todos os setores, vão descarnando o nosso povo.

Há um mistério que ronda a suposta reforma tributária: todos são a favor dela, a sociedade, os trabalhadores, os empresários, os governantes.

Mas, na hora de aprová-la, não se consegue aprová-la.

Será que só quem lucra com a alta tributação é que tem poder de fogo para aprovar e/ou rejeitar a reforma?

Mais uma vez sofreu atraso o projeto para o trem-bala entre São Paulo e Rio de Janeiro, por desentendimento na licitação.

O trem vai ser rápido, mas não existe nada mais lento que o seu projeto.

Por que será que, onde se precisa de polícia, só há ladrão? E onde não existe ladrão tem sempre bastante polícia?

Como fumante inveterado e abjeto, protesto: nos lugares em que há televisão e freezer, é proibido fumar; no fumódromo, não há televisão e freezer.

Não é uma discriminação?

No debate da Confederação Nacional da Indústria, entre os três presidenciáveis, mais uma vez a candidata do Partido Verde, Marina Silva, empolgou a plateia.

Ela suscitou entre alguns empresários lágrimas na plateia.

E pronunciou sob gargalhadas a sua frase padrão: “No primeiro turno, a gente vota em quem gosta; no segundo, a gente se desvia do pior”.

O perigo dessa inversão de mão que a EPTC cogita para as artérias da Capital, no sentido de combater o engarrafamento, está em que numa esquina um azulzinho inverta a mão e na esquina seguinte outro azulzinho multe por trafegar contra a mão.

Um componente decisivo nas partidas de futebol não é encarado com relevância pelos comentaristas esportivos: a sorte.

E, no entanto, a sorte decide 60% dos jogos de futebol.

Justamente por isso é que o futebol atrai multidões: é um jogo.

Está tudo trocado.

O goleiro Victor do Grêmio declarou: “Eu não preciso de psicólogo”.

Absolutamente certo. Eu é que andei precisando de goleiro.

Mas foi um alívio a vitória gremista de ontem contra o Avaí. O rebaixamento andava rondando.

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