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segunda-feira, 17 de maio de 2010
17 de maio de 2010 | N° 16338
KLEDIR RAMIL
Ombrelone
Minha família entrou em crise no Natal passado. Somos seis irmãos e resolvemos dar, em conjunto, um presente para nossa mãe. Dentre as várias sugestões, alguém apareceu com a ideia de uma mesa de jardim, coberta por um ombrelone. Aí começou a confusão.
Ombrelone é um tipo de guarda-sol, e a palavra está na moda no linguajar de decoradores e arquitetos. Imagino que vem do latim, língua mater da civilização ocidental que tem sido sistematicamente atropelada pelo idioma de Shakespeare. Talvez por isso, alguém comentou que a palavra seria um anglicismo, uma corruptela de umbrella.
Não se sabe se a afirmação tinha um fundo de verdade ou era apenas para tumultuar a conversa. Como tenho uma cunhada que é professora de linguística, com PhD, mestrado e outros títulos, o debate acalorado cresceu em volume e temperatura. Ajudado pelas garrafas de cerveja.
Só pra botar mais lenha na fogueira – tudo o que sei de italiano é a letra da canção Dio Come ti Amo – levantei a hipótese de que ombrela na língua de Federico Fellini quer dizer “ombro”, parte intermediária do corpo humano, situada entre o braço e o pescoço, cuja única função é servir de suporte para o casaco.
“One”, por sua vez, é o nome em inglês para o primeiro dos números arábicos. Os árabes, como se sabe, invadiram a Península Ibérica e Foz do Iguassu. O resultado do meu raciocínio foi então: ombrelone, o homem de um ombro só. Quase fui linchado.
Alguém tentou botar ordem na bagunça e estabeleceu uma mesa redonda, para um debate mais aprofundado. Concordei com a proposta,
desde que a mesa tivesse um “ombrelone” jogando sombra sobre as cabeças, não sobre as ideias. E fui além, sugeri que a mesa fosse presidida por minha irmã psiquiatra, que além de suas capacidades intelectuais, é pessoa experimentada no assunto, já que é a feliz proprietária de um ombrelone com vista para o rio Guaíba.
Abriu-se então uma discussão sobre em que posição deve sentar um presidente em uma mesa redonda, já que não tem cabeceira. Aproveitei para dizer que não posso garantir que o Guaíba seja um rio, pois há controvérsias. E também não saberia afirmar se Iguassu é com 2 Ss ou com C cedilha.
No meio da confusão, chegou uma das crianças e perguntou: “Porque não param de brigar e compram um forno de microondas pra vó?”.
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