sexta-feira, 14 de maio de 2010


Jaime Cimenti

Bem-humorado romance histórico

O bem-humorado romance histórico O centésimo em Roma chegou há poucos dias às livrarias.

A narrativa foi elaborada a partir de longas pesquisas e se passa no período que vai de 14 de março de 68 d.C a 14 de março de 69 d.C, envolvendo personagens e cenários de Roma, a cidade eterna, onde mortais poderosos disputam o trono de Nero e nada é para sempre. Há quem diga que todos os caminhos levam a Roma e que nenhum tem volta. Max Mallmann, o autor, nasceu em Porto Alegre e vive no Rio de Janeiro desde 1999, onde é roteirista do seriado A grande família.

Max é autor dos conhecidos romances Confissão do minotauro, Mundo bizarro, Síndrome de quimera e Zigurate, os dois últimos publicados pela Editora Rocco, que lançou O centésimo em Roma. Depois de anos combatendo bárbaros na Germânia, o centurião Publius Desiderius Dolens volta às apinhadas vielas de Roma, em 68 d.C. Legiões romanas dominam o mundo.

Nero, o imperador muito louco, comanda as legiões ou, ao menos, imagina comandar. Dolens ficou conhecido como o Carniceiro de Bonna, mas pretende ser mais do que um plebeu temido e admirado por sua capacidade de matar. Ele quer ingressar na ordem dos cavaleiros, posição de prestígio no Império Romano e passaporte para o mundo dos nobres.

Como não tem os duzentos e cinquenta mil sestércios e mais o dinheiro para os subornos de praxe, precisa contar com umas articulações políticas que, para seu desgosto, caem por terra quando seu benfeitor cai em desgraça.

Dolens, como prêmio de consolação, se torna o chefe da guarda dos urbanicianos, a ralé da polícia local. Continua tão plebeu como antes e tem de controlar arruaceiros, escoltar figurões a prostíbulos e investigar a morte de um senador da República.

O assassinato teria sido praticado por integrantes da misteriosa seita dos cristãos, fanáticos que cultuam um judeu crucificado. Anti-herói, mais para melancólico do que para raivoso, Dolens faz o que pode e toca em frente a investigação claudicante, enquanto tenta subir na vida.

Max Mallmann faz referências a Shakespeare, Tácito, Machado de Assis, e o texto dialoga com historiadores antigos e modernos e com a literatura de diferentes períodos, mas sempre em tom coloquial, bem-humorado, que o autor traz de sua experiência como roteirista de tevê.

Nas páginas finais o autor tenta explicar por quê? Quando? Quem? Onde? Como? O quê? em relação à narrativa e, de quebra, lista os 71 personagens da história. Editora Rocco, 424 páginas, www.rocco.com.br.

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