quarta-feira, 19 de maio de 2010



19 de maio de 2010 | N° 16340
PAULO SANT’ANA


Marina Silva empolgou

T eve grande repercussão afirmativa a entrevista de Marina Silva, a candidata à Presidência da República pelo Partido Verde, no Painel RBS.

Muitas pessoas que ouviram Marina Silva vieram me dizer que ficaram encantadas com suas ideias, posicionamento, visão dos problemas brasileiros e excelência de suas decisões.

O comentarista Kenny Braga usou o Sala de Redação para dizer que não tem propensão a ficar assistindo a qualquer programa de televisão por mais de 15 minutos, mas que, no entanto, ficou uma hora e meia diante da TVCOM, maravilhado com a entrevista de Marina Silva.

Chegou o Kenny a dizer que ficou extasiado com as respostas de Marina Silva para as interrogações dos nossos entrevistadores.

O Moisés Mendes, nosso companheiro de Zero Hora, declarou-me ontem que Marina Silva transmite credibilidade e sinceridade.

Quem viu Marina Silva ficou cativado por ela. Mas, então, por que é que não vão votar nela? Por que é que ela não aparece nas pesquisas como tendo a mínima chance de eleição?

Eu pensei que a exposição dos candidatos à mídia, às entrevistas, aos debates, tinha a finalidade de conduzir o eleitorado a uma escolha.

Mas não, Marina Silva apaixonou politicamente a todos que a ouviram. Ontem, as pessoas me procuravam para dizer que ela fora espetacular em suas análises, mas tenho certeza de que nenhuma dessas pessoas impressionadas com a atuação da candidata na entrevista vai votar nela.

Mas que mistério é este que uma campanha de extraordinário sucesso de uma candidata em todas as suas aparições públicas não a conduz para o topo das pesquisas eleitorais?

De que adianta a campanha, então, se os ecos dela não se traduzem em votos?

Mas que mistério é este?

O pré-candidato do Partido Verde, de Marina Silva, ao governo do Estado, Montserrat Martins, me diz que “desde os anos 60 se criou na nossa cultura essa ideia plebiscitária entre situação e oposição, argumento que foi um grande obstáculo ao crescimento do próprio PT, hoje no poder, mas que na época era acusado de dividir a oposição”.

E junta-se o Montserrat Martins ao Jorge Uequed, cabos eleitorais de Marina Silva entre nós, para destacar a importância da questão ambiental, para o abandono do transporte ferroviário de cargas e passageiros no Rio Grande do Sul, para o fracasso do programa Pró-Guaíba, sonhando os dois em que esses problemas venham a ser encaminhados e solucionados por Marina.

E terminam assim: “Enfim, Sant’Ana, o país e o Estado perderão uma grande oportunidade se retrocederem ao bipartidarismo nestas eleições de 2010. E os gaúchos, que já mostraram que são capazes de surpreender nas urnas nas duas últimas eleições, podem dar um exemplo ao país votando em Marina, por que não?”.

Então, eu fico me perguntando como Marina Silva não conseguiu prosperar dentro do PT, que era o seu berço, a sua origem. Por que será que ela não conseguiu seduzir Lula?

E fica a grande indagação: se Dilma ou Serra não puderem vencer no primeiro turno, no segundo turno se dará o grande protagonismo de Marina Silva, que pode levar à Presidência da República o candidato entre os dois que ela apoiar?

E quem ela iria apoiar? Se o candidato que ela apoiar vencer, a tornará primeira-ministra.

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