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quinta-feira, 3 de julho de 2008
03 de julho de 2008
N° 15651 - Luiz Pilla Vares
A copa é nossa
No último domingo, celebramos em todo o país os 50 anos da primeira Copa do Mundo conquistada pelo Brasil, na Suécia. Ficou definitivamente para trás aquele "complexo de vira-lata", de que nos falava o imortal Nelson Rodrigues.
Revelávamos ao mundo uma nova forma de jogar futebol, uma forma alegre, ofensiva, na busca permanente da beleza na formulação das jogadas e da obsessão pelo gol. Revelávamos um garoto de 17 anos de inacreditável habilidade: era Pelé.
Entretanto, é importante salientar que historicamente sempre tivemos jogadores excepcionais e alguns dizem que Zizinho, o Mestre Ziza, era tão bom ou até melhor do que Pelé.
Dizem que o centromédio Danilo Alvim, o "Príncipe", tinha tanta elegância no trato com a bola como Nilton Santos ou Didi. Alguns até se atrevem a afirmar que o gaúcho Tesourinha era tão hábil quanto Garrincha, que encantou o mundo com a extraordinária e surpreendente agilidade de suas pernas tortas. Mas antes de 1958 havia o maldito complexo de "vira-lata".
Então a pergunta que se faz é esta: porque deixamos de ser "vira-latas"? É que o clima brasileiro da época era outro. A auto-estima estava se generalizando e o país crescia num ritmo alucinante. Tínhamos uma indústria de verdade, os automóveis saíam das montadoras em número cada vez maior.
Dali a três anos teríamos Brasília. A Bossa Nova encantava a todos, inclusive além de nossas fronteiras. A poesia concreta dava seus passos ousados numa forma radicalmente revolucionária. O teatro falava "brasileiro" e a literatura se afirmara definitivamente.
O próprio Partido Comunista, depois de décadas de dogmatismo, com novos e jovens dirigentes e a adesão de intelectuais que não aceitavam a interpretação simplista do marxismo, passava, mesmo na semiclandestinidade, a participar ativamente da política nacional:
a célebre "Declaração de Março" era a ruptura com um passado muitas vezes heróico, mas de pouca inserção real na vida brasileira.
Enfim, o Brasil mudava de ânimo e de cara, estava se tornando um outro país: consciente, orgulhoso de si próprio, mas sem perder as características que foram se formando ao longo da história.
Esse era o clima que forjou a Seleção invicta de 1958: o time de Pelé, Garrincha e Didi era a cara do Brasil dos tempos de Juscelino. Um time que esquecera os tempos em foi chamado de "vira- lata".
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