segunda-feira, 5 de agosto de 2024


05 DE AGOSTO DE 2024
ARTIGOS - Daniel Randon -Presidente da Randoncorp e presidente do Conselho Superior do Transforma RS

O caminho do pódio

Neste momento de Olimpíadas, os olhos do mundo se voltam para os atletas que, com garra e determinação, representam o Brasil e conquistam medalhas. Essa realidade é um reflexo do potencial inegável do nosso país, mesmo diante da falta de apoio e estrutura em comparação a países desenvolvidos. A resiliência e o caráter dos nossos atletas são admirados internacionalmente. Eles nos ensinam que, independentemente das adversidades, é possível acreditar e lutar pelos sonhos.

O esporte, em sua essência, é uma poderosa ferramenta de transformação. Ele ensina lições valiosas, como disciplina, coragem de se levantar após uma derrota, de competir de maneira saudável, adaptabilidade diante das adversidades e persistência para buscar excelência em cada desafio. São valores fundamentais para a formação de indivíduos mais fortes e preparados para enfrentar as dificuldades da vida. Quando falamos em ensino integral, é fundamental que as instituições aproveitem essas horas para investir mais no esporte, apoio que não apenas promove a saúde física, mas também a mentalidade resiliente de que tanto precisam os jovens.

Ao integrar o esporte à educação, formamos cidadãos que aprendem a liderar, a trabalhar em equipe e a respeitar o próximo. São habilidades cruciais para o desenvolvimento de uma nova geração de líderes, empreendedores e cidadãos engajados. Precisamos de uma geração que não apenas sonhe, mas que tenha coragem e determinação de transformar os sonhos em realidade. O espírito olímpico, que valoriza a superação e o comprometimento, deve ser cultivado desde cedo.

Ao celebrarmos as conquistas dos nossos atletas, devemos ter a consciência do papel do esporte na formação de um Brasil mais forte. Incentivar a prática esportiva para crianças e adolescentes é um passo crucial para que possamos nos tornar protagonistas de nossa própria história. O Brasil tem um potencial imenso, basta acreditarmos e investirmos naqueles que estão prontos para brilhar no pódio da vida. _

Vitalidade comunitária e antifragilidade

Pedro Valério Diretor-executivo do Instituto Caldeira

Nos últimos 200 mil anos, nada nos moldou tanto quanto a cidade: nós prosperamos quando colaboramos e também competimos em ambientes que facilitam os fluxos de informação. O historiador inglês Ben Wilson destaca um aspecto importante das cidades: sua capacidade de regeneração. Ele lembra as cidades em tempos de guerra ou que passaram por desastres naturais e continuavam pulsando: algo fez as coisas funcionarem contra todas as probabilidades. O autor chama esse fator de "vitalidade comunitária": ele é responsável pelas formas criativas que fazem as cidades avançarem em momentos caóticos.

É impossível não associar essa ideia ao neologismo "antifrágil", que o matemático Nassim Taleb usou para designar o que permite que algo melhore depois de sofrer o impacto de uma grande força destruidora. Essa propriedade está além da resiliência ou da robustez: "o resiliente resiste ao choque e permanece igual; o antifrágil fica melhor", explica o autor.

O Instituto Caldeira nasceu em plena pandemia, sob o bombardeio diário das quarentenas. De 26 de março de 2021, quando finalmente inauguramos o espaço físico do hub, até 3 de maio de 2024, quando vimos o prédio ser invadido pelas águas do Guaíba, mais de 500 empresas e instituições se associaram ao projeto e cerca de 600 mil pessoas circularam pelo hub. Uma excepcional vitalidade comunitária se formou nesse período. Vimos nascer uma comunidade antifrágil.

Porto Alegre, ao longo de seus 252 anos, também passou por incontáveis testes e, nos últimos anos, buscava tornar-se uma versão melhor de si mesma. Eis que temos um novo teste e cabe a nós decidir o que queremos para o futuro. Deste teste, o Caldeira quer sair melhor e mais forte, e nossa visão é de que Porto Alegre também pode aperfeiçoar-se e melhorar. Apostaremos na vitalidade comunitária e na antifragilidade, duas propriedades que serão responsáveis pelo ímpeto de "fazer as coisas funcionarem contra todas as probabilidades". Vai dar certo? Seguiremos no dale, tentando sempre. 

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