21 DE OUTUBRO DE 2022
ELEIÇÕES 2022
Debate volta a ser marcado por ataques
Os dois candidatos que disputam o segundo turno para o governo do RS, Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB), confrontaram propostas e trocaram farpas mais uma vez na noite de ontem, em debate promovido pela Rede Pampa, em Porto Alegre. Como em encontros anteriores, eles intercalaram a discussão com ataques mútuos.
Em seis rodadas de perguntas, respostas, réplicas e tréplicas com tema livre, os candidatos discutiram assuntos como concessões, privatizações, regime de recuperação fiscal e a eleição presidencial.
Antes do confronto direto, Onyx e Leite aproveitaram o período das considerações iniciais para apresentar propostas. Primeiro a falar, o candidato do PL fez acenos à população da Região Metropolitana. Ele se comprometeu a rever critérios do programa que reduziu recursos de hospitais e promover a integração do sistema de ônibus de Porto Alegre com o metropolitano.
Na sua vez, Leite listou realizações de seu período de governo, como a regularização do pagamento de salários do funcionalismo, a quitação de dívidas com municípios e a criação do programa que devolve o ICMS pago por 500 mil famílias carentes. E disse que em sua próxima administração irá investir R$ 1 bilhão em transferência de renda para famílias mais pobres.
A exemplo do que ocorreu em encontros anteriores, Onyx e Leite foram incisivos em ataques e acusações, atribuindo ao oponente a pecha de "mentiroso". Onyx reiterou críticas à gestão da pandemia por parte do governo gaúcho, enquanto o tucano acusou o adversário de não ter tido bom desempenho em sua passagem nos ministérios do governo federal.
A primeira troca de farpas foi observada durante a discussão sobre privatizações e concessões. Onyx, que puxou o assunto, disse que vai privatizar a Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR).
- Aquilo é um cabide de empregos e um grande foco de corrupção. Teve um presidente da empresa preso e um diretor preso, que o senhor precisa explicar. Leite reagiu e mencionou o caso em que o concorrente admitiu ter recebido caixa 2 em eleições passadas, que voltaria a citar outras vezes ao longo do embate:
- Quem tem problemas com a Justiça é o senhor. Aquele dinheiro que vem em malas, dinheiro vivo, é o dinheiro que chegou ao candidato, que teve que fazer acordo com a Justiça para não ser processado.
A neutralidade de Leite na eleição presidencial também foi discutida ao longo do programa. O tucano reforçou que seu foco é a eleição estadual. Em suas intervenções, Onyx defendeu o governo Bolsonaro e insistiu para que o adversário se posicione.
Nas considerações finais, Leite citou obras em andamento financiadas por recursos do governo atual em diversas regiões do Estado e pregou a continuidade. - Os gaúchos sabem que a gente avançou, sabem que melhorou. Estou aqui para que a gente avance ao futuro, e não retroceda ao passado - sustentou o ex-governador.
Onyx ocupou o tempo para listar propostas, como implementar um programa de irrigação no Interior e vender os imóveis de propriedade do Estado. - Vamos também fazer a educação integral nas escolas de Ensino Médio que estão nas zonas mais carentes - destacou o ex-ministro.
Mediado pelo jornalista Paulo Sérgio Pinto, o debate teve duração de uma hora e 15 minutos. No mesmo dia, pela manhã, estava marcado um encontro dos candidatos promovido pela Associação Gaúcha de Emissoras de Rádio e Televisão, mas Onyx não compareceu. Com isso, o programa foi convertido em entrevista com Leite.
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