21 DE OUTUBRO DE 2022
CAPA
Ospa voa alto com "O Morcego"
Com ares de superprodução, opereta de Johann Strauss II será apresentada pela orquestra e convidados no São Pedro
Reunindo música, dança e encenação, a animação vai tomar conta do Theatro São Pedro. A Orquestra Sinfônica de Porto Alegre (Ospa) monta a opereta O Morcego, atualizando o clássico de Johann Strauss II (1825-1899). O divertido espetáculo contará com participações de personalidades queridas pelos gaúchos: Renato Borghetti, Isabela Fogaça e Hique Gomez, além de solistas consagrados na cena lírica brasileira, o Coro Sinfônico da Ospa e a Cia. Municipal de Dança de Porto Alegre.
Com sessões amanhã, no domingo e na terça-feira, a montagem dá prosseguimento à tradição recente da Ospa de executar ao menos uma ópera por ano. Em 2022, a orquestra optou por uma das operetas (tipo de ópera mais leve e de tom cômico) mais famosas e mais encenadas, sendo a mais conhecida de Strauss, um dos grandes compositores da história da música, cujas valsas embalaram a vida social de Viena no século 19.
Na adaptação de Flávio Leite, que assina a direção cênica do espetáculo, a história de intriga e hedonismo na sociedade vienense de 1874 é transferida para a Porto Alegre de 2022. Assim, a festa de Ano-Novo do enredo combina-se às conquistas recentes da Ospa - como a Casa da Ospa, um show histórico na Argentina e um disco novo - e à celebração dos 250 anos da cidade, culminando em uma grande comemoração. As músicas e o enredo serão os mesmos da obra original, com a adaptação dos diálogos para recontar a história.
- O segundo ato se passa em uma grande festa. Então, por que não fazer dessa uma festa de comemoração dos 250 anos da cidade? Decidimos atualizar esse Morcego e trazê-lo para se passar aqui em Porto Alegre na noite de 31 de dezembro de 2022, que vai ser então o último evento comemorativo do aniversário da cidade - explica Leite.
Elenco
Com cerca de duas horas e meia, O Morcego promete ser a maior produção da orquestra na última década: terá um cenário diferente em cada um dos três atos, com trocas de figurinos, e envolve cerca de duas centenas de pessoas. Mais de 50 artistas participarão da montagem, entre bailarinos e cantores - os músicos da orquestra ocuparão o fosso do teatro.
Nove cantores da cena lírica brasileira darão vida a essa trama: Gabriella Pace (soprano), Daniel Germano (baixo-barítono), Thayana Roverso (soprano), Fellipe Oliveira (baixo-barítono), Denise de Freitas (mezzo-soprano), Lazlo Bonilla (tenor), Saulo Javan (baixo-barítono), Francisco Amaral (tenor) e Helena Koonings (soprano). O ator Henrique Cambraia faz o papel do carcereiro.
O Morcego tem como ponto de partida o divertido plano de vingança de Falke (Fellipe Oliveira) contra o seu amigo Gabriel von Eisenstein (Daniel Germano), que o havia deixado em uma situação embaraçosa no passado. A trama acaba envolvendo também a esposa de Eisenstein, Rosalinde (Gabriella Pace), a funcionária Adele (Thayana Roverso) e Frank (Saulo Javan), o chefe de polícia da cidade. Quando todos se encontram no maior evento social do ano, um baile de máscaras na residência do príncipe Orlowsky (Denise de Freitas), a revelação das suas identidades dará início a uma série de confrontos hilários.
O espetáculo tem regência e direção musical de Evandro Matté, diretor artístico da Ospa. Ele explica que um dos motivos para a escolha de O Morcego foi o fato de a ópera estar traduzida para o português, algo pouco comum. As récitas serão faladas e cantadas na nossa língua, mas mesmo assim haverá legendas, para complementar a compreensão. O maestro ressalta que a orquestra pretende ampliar o acesso do público à arte, incluindo a ópera:
- Queremos levar à comunidade um espetáculo local de altíssimo nível, no qual as pessoas possam conhecer o que é uma ópera, como é feita e o resultado que tem no palco. Nossa função é produzir cultura, entregar arte para a população e variar as formas.
FERNANDA POLO
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