29 DE OUTUBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS
OPINIÃO DA RBS
O veredito das urnas
Neste domingo à noite, o país saberá se o quadriênio à frente será de continuidade na Presidência da República ou se as urnas apontarão para a alternância no poder. A mesma encruzilhada estará diante dos gaúchos na disputa pelo Palácio Piratini. Seja qual for o desfecho das duas eleições, há um fato maior a enaltecer: as escolhas serão feitas por meio do voto livre e secreto de cada cidadão ou cidadã apto a manifestar a preferência sobre quem deseja para governar o Brasil e o Rio Grande do Sul entre 2023 e 2026.
Em uma democracia, o ato de votar é o mais importante exercício da cidadania. Na ação de digitar e confirmar o número do candidato está compreendido o endosso a uma linha de pensamento ou a um projeto de país ou Estado - embora muitas vezes a rejeição a um nome também mova a decisão. Como é uma escolha na prática irrevogável ao menos até o próximo pleito, idealmente o voto deve ser resultado de profunda reflexão. Afinal, são os próximos quatro anos que estão em jogo, nas definições se o Brasil será presidido por Jair Bolsonaro (PL) ou Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e se Eduardo Leite (PSDB) ou Onyx Lorenzoni (PL) conduzirá o Estado no período do mandato a seguir.
É inconteste que a eleição para o Palácio do Planalto magnetiza mais o eleitor. Nos dois polos e mesmo entre cientistas políticos, a votação deste 30 de outubro é considerada uma das mais importantes da história do Brasil, pelas diferenças entre o que as candidaturas simbolizam e pelo fato de serem os dois líderes mais populares das últimas décadas do país.
Consolidados há um bom tempo na posição de oponentes que fatalmente protagonizariam o enfrentamento eleitoral em 2022, Bolsonaro e Lula e seus apoiadores aguerridos travaram uma disputa voto a voto que, muitas vezes, escorregou para episódios lamentáveis de violência. Pelo bem do país, o que se espera é uma conduta responsável de ambos a partir do veredito das urnas, seja qual for a posição de cada um - vencedor ou derrotado. A eleição tem de terminar neste domingo, sem terceiro turno.
O eleitor tomará uma decisão soberana, que deve ser respeitada. Em nome da pacificação do Brasil, aguarda-se que quem não for o escolhido tenha uma atitude civilizada, de espírito democrático, e reconheça o resultado. O mesmo comportamento se espera de seus seguidores, admitindo a legítima vontade da maioria.
Do vencedor, o país aguarda uma postura magnânima, com acenos ao apaziguamento e à promoção da concórdia na base da sociedade, pela força do exemplo. O presidente eleito ou reeleito deve deixar claro, no primeiro pronunciamento à nação, que vai governar para todos, o que inclui a parcela relevante da sociedade que sufragou o adversário. Além de enfrentar os mais urgentes temas do país em áreas como saúde, educação e economia, é chegada a hora de pregar o serenar de ânimos político, institucional e nas relações pessoais.
Votar é um direito e um dever de cada cidadão apto, um gesto movido pela aspiração cívica de colaborar com a construção coletiva de um futuro venturoso para o Brasil e para os brasileiros. A conclusão do pleito, materializada nos números finais anunciados pela Justiça Eleitoral, é a manifestação soberana do eleitor. É preciso crer que as candidaturas e seus partidários, em submissão à Constituição e em linha com as regras do contrato social, se mostrarão cientes de suas responsabilidades para com a estabilidade do país. Seguidas essas premissas, o Brasil dá mais um passo na direção do fortalecimento da democracia.
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