quarta-feira, 12 de outubro de 2022


12 DE OUTUBRO DE 2022
OPINIÃO DA RBS

PRIORIDADE À LINHA PROPOSITIVA

A disputa de segundo turno entre Onyx Lorenzoni (PL) e Eduardo Leite (PSDB) começa a ganhar mais visibilidade agora. Na segunda-feira à noite, os dois postulantes ao Palácio Piratini fizeram o primeiro debate da fase decisiva do pleito na Rede Bandeirantes. Amanhã volta o horário eleitoral no Estado e, na sexta-feira, os candidatos se encontram outra vez na Rádio Gaúcha. 

Os dois terão outros embates de ideias e argumentos antes de 30 de outubro, como na RBS TV, no próximo dia 27. Em respeito ao eleitor, que aguarda principalmente a exposição de propostas claras para a condução do Rio Grande do Sul pelos próximos quatro anos, espera-se que essa competição pelo voto se dê sobretudo em torno do cotejo de programas de governo.

A campanha e os debates do primeiro turno, mesmo com alguns momentos mais acalorados, primaram pelo respeito e pela civilidade. Críticas, mesmo duras, fazem parte do processo democrático de confrontação de projetos, trajetórias e posições para os cidadãos aptos a votar decidirem quem irão sufragar. É preciso ter cuidado, no entanto, para que a tensão natural não descambe para o predomínio de ataques pessoais e para a contínua busca por desqualificar o adversário. O debate de segunda-feira, em certos momentos, derivou para agressões. Deve-se esperar que as candidaturas e as coordenações de campanhas tenham a responsabilidade de focar no que verdadeiramente interessa aos gaúchos.

No encontro da Band, Onyx e Leite se concentraram mais em temas da vida real - em assuntos como logística, segurança e educação - quando questionados por jornalistas. É o que os gaúchos querem saber: como o candidato, se eleito, pretende melhorar os serviços nestas e em outras áreas essenciais ao desenvolvimento do Rio Grande do Sul? E quais são as propostas para continuar o processo de saneamento das finanças do Estado?

Na disputa pela Presidência da República, os eleitores brasileiros assistem, neste momento, a uma disputa em baixíssimo nível, travada especialmente no submundo das redes sociais. Os principais assuntos discutidos, muitos oriundos de fake news, estão longe de ter qualquer ligação com as prioridades da população. Passam ao largo dos desafios do país para voltar ao trilho do progresso e tristemente tomam espaço das discussões necessárias sobre um projeto de nação que torne o Brasil um país capaz de crescer de maneira sustentada, melhorando a qualidade de vida dos cidadãos. Mesmo nos horários eleitorais de rádio e TV, boa parte do tempo é dedicada a desgastar o oponente.

Na corrida pelo Piratini, não se repete a mesma polarização nacional. Assim, há espaço para um debate mais elevado. Em consideração aos gaúchos, Onyx e Leite deveriam, nos próximos dias, privilegiar ainda mais a apresentação de soluções para os problemas do Estado. Fustigar o adversário em tom e termos agressivos pode inflamar apoiadores, mas nada constrói. 

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