AFINAL, LULA É LADRÃO OU NÃO?
Diante da continuada e injusta difamação da deputada Maria do Rosário (PT), o jornalista Paulo Germano lançou desafio, em sua coluna de 27/8/2016, nesta ZH: "Me mostrem uma frase dessa mulher defendendo um estuprador, ou dizendo que um assassino é vítima da sociedade, que eu escreverei uma coluna inteira me retratando". O dileto colunista venceu o desafio e, com ele, a verdade dos fatos, em defesa da honra de uma pessoa digna e necessária. Já passou da hora de realizarmos o desafio mais importante, com a pacificação de questão muito grave: Lula é ladrão ou não?
Nas redes sociais, onde a leviandade e a malícia fazem colheita farta, publiquei numerosas vezes igual desafio para os que insistem nessa acusação: apresente o fato e sua prova e receba um Pix de R$ 1 mil; ora o reitero. O jornalista Reinaldo Azevedo, similarmente, tem declarado muitas vezes: senhores juízes, mostrem onde está a prova que sustenta a sentença de Moro? Acrescentemos: qual o fato? A falta de respostas é uma resposta: não há.
A sociedade em que vivemos depende de fundamento estabelecido na origem da modernidade, na Grécia: conhecimento baseado em evidências e conclusões lógicas. O mito, por outro lado, baseia-se em crença difusa, que se quer verdadeira e sagrada, e se reproduz em um mundo inimigo das evidências e das instituições de conhecimento e sociedade modernas. Não é possível se fazer justiça em uma democracia sob o jugo de fantasmagorias. E os que têm objeções políticas a uma liderança, que as formulem com honestidade, sem farsas e sem consagrar mentiras como verdades eternas. Ou arquem com a consequência: praticar, covardemente, calúnia e difamação, ao chamar um homem inocente de ladrão.
Lula é o brasileiro mais investigado da história e vítima de uma condenação fraudulenta que lhe roubou um ano e meio de liberdade. Não há na sentença de Moro um só fato criminoso com autoria de Lula, nem tampouco evidência de qualquer delito. Sabemos que o juiz alimentava ambições políticas e apoiava, como segue apoiando, o candidato beneficiado por sua torpe sentença. Isso tudo é muito escandaloso e não deve ser desdenhado ou esquecido, especialmente quando esse agressor da República ganha, sufragado, imunidade parlamentar.
Igualmente, há o imperativo de que se apurem as responsabilidades daqueles três e dos demais desembargadores que chancelaram aquela farsa hedionda, a condenação de um líder popular sem fatos ou provas. Houve óbvio império de ideologias e paixões políticas, onde jamais deveriam ocorrer. E a sociedade perdeu a chance de ver apurada com o rigor merecido a grave acusação que paira sobre o nome deste homem. Pior, essas aleivosias interferem em nossa vida política e perturbam severamente nosso destino histórico, em favor de vilezas inaceitáveis.
Todo cidadão brasileiro isento de condenações judiciais é inocente, e este é o caso de Lula, ademais, vencedor, com seu advogado Cristiano Zanin, em uma penca de processos armados na molecagem judicial (lawfare) de que foi vítima. Chega de farsa, e que fique claro: votaremos com decência, por democracia e modernidade.
FRANCISCO MARSHALL
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