segunda-feira, 3 de outubro de 2022



03 DE OUTUBRO DE 2022
INFORME ESPECIAL

À espera de um "milagre"

O Brasil decidiu, ontem, levar a eleição presidencial mais polarizada dos últimos anos para o segundo turno. Ainda que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva tenha ficado à frente do atual presidente, Jair Bolsonaro, nada está definido. Começa, agora, uma nova campanha. Zero a zero. Bola ao centro.

É hora de respirar fundo, acalmar ânimos e torcer para que, nas próximas quatro semanas, por algum "milagre", o nível do debate melhore. Não é no grito que se vence - ou pelo menos não deveria ser assim.

Dos candidatos e de seus seguidores, espera-se que deem uma chance ao diálogo e à civilidade. Basta de bate-boca. Que bom seria poder aprofundar propostas, esclarecer dúvidas e discutir o futuro do país de verdade, sem "lacração". Uma trégua cairia bem.

Estou fazendo papel de Poliana, eu sei. Tudo aponta para o contrário: mais exaltação, mais brigas, mais baixaria, mais mentiras. É como se aquele último (e horrendo) debate da TV Globo, na semana passada, seguisse rodando em eterno "looping". É uma pena. No fundo, todos nós perdemos.

A guerra fratricida em curso não é boa para o país e ofusca o mais importante, que são os planos de governo - aliás, você por acaso sabe o que cada um dos concorrentes propõe para áreas como saúde e educação?

O Brasil ainda tem um caminhão de problemas por resolver, e o excesso de certezas (que faz com que cada lado se considere moralmente superior ao outro) faz mal à sociedade.

É hora de focar nas propostas e deixar claro que não haverá "cheque em branco". É hora, também, de baixar o tom, porque, afinal, um dos lados sairá vencedor no dia 30. O pior que pode acontecer ao país é seguir no caminho da instabilidade, do ódio e da intolerância. Precisamos de paz. Precisamos recomeçar.

JULIANA BUBLITZ

Um comentário:

nana disse...

parabens pelo artigo , o unico sensato que li ultimamante , parabens novamente