sexta-feira, 5 de janeiro de 2024

Emplacamentos de veículos têm alta de 12% em 2023

Fenabrave projeta crescimento de 13,5% para 2024

Fenabrave projeta crescimento de 13,5% para 2024

JONATHAN HECKLER/JC

Agências
Com alta de 10,7% sobre o resultado de novembro, o mês de dezembro registrou 400.020 emplacamentos, fazendo com que o ano de 2023 fechasse com alta de 12% sobre 2022, segundo informações da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). Todos os segmentos, à exceção de caminhões, registraram evolução no ano, com destaque para motocicletas (crescimento de 16,1%) e automóveis e comerciais leves (+11,3%).

"Foi um ano em que o setor automotivo demonstrou uma recuperação importante e que deve ser celebrada, tanto que foi a 1ª vez, desde 2019, que tivemos mais de 2 milhões de automóveis e comerciais leves emplacados no ano. No entanto, temos que lembrar do impulso das medidas provisórias que estimularam o setor, o que mostra que é necessária a busca de soluções permanentes que mantenham o mercado aquecido, já que se trata de um setor que conta com 7.400 concessionárias, instaladas em mais de 1.000 municípios e que respondem por mais de 300 mil empregos e por 5% de participação no PIB nacional", analisa o presidente da Fenabrave, Andreta Jr.

Segundo ele, além dos estímulos fiscais ao setor, concedidos pelo governo, por meio das Medidas Provisórias 1175 e 1178, em junho de 2023, a melhora do crédito, com início do ciclo de redução da taxa de juros, nos últimos meses do ano, foi fundamental para que a alta de 12% sobre 2022 pudesse ser atingida.
"A disponibilidade e o custo do crédito têm muita influência na decisão de compra dos consumidores. Com a ligeira melhora na inadimplência, no último trimestre de 2023, percebemos que houve uma maior disponibilização de crédito por parte das instituições financeiras e isso foi captado pelo mercado", diz.

Avaliação por segmento

Automóveis e Comerciais leves

Apesar de ainda distante do recorde histórico, de mais de 3,6 milhões de unidades anuais, registrado em 2012, os segmentos de autos e leves apresentaram recuperação importante em 2023.
"Automóveis e comerciais leves tiveram um 1º semestre desafiador, mas houve reaquecimento do mercado com os incentivos temporários do Governo Federal e com mais disponibilidade de crédito no último trimestre. O mês de dezembro, principalmente, teve um comportamento ainda melhor, em função das vendas corporativas. Agora, é preciso buscar alternativas para trabalhar o aumento de escala e o maior acesso ao crédito desses segmentos", analisa Andreta Jr.
Automóveis e Comerciais Leves Híbridos + Híbridos Plug In

Os segmentos encerraram 2023 com alta de 82,86% sobre o volume de 2022, totalizando 74.638 unidades. "É um mercado que vem se desenvolvendo, com a chegada de novas marcas", destaca Andreta Jr.

Automóveis e Comerciais Leves Elétricos Puros

Os autos e leves puramente elétricos fecharam o ano de 2023 com alta de 128,3% sobre o volume de 2022, totalizando 19.332 unidades, contra 8.467 em 2022. "O volume ainda é muito baixo, mas vimos que há um crescimento percentual, em função da redução de preços, que atraiu mais consumidores", observa Andreta Jr.
Caminhões

O segmento foi o único do setor a apresentar retração em 2023, porém, menor do que a prevista inicialmente. A queda se deve ao custo da mudança da tecnologia para o EURO 6, que foi sendo, aos poucos, incorporada pelos transportadores. "No decorrer do ano, o segmento foi se ajustando, as taxas de juros foram sendo reduzidas, favorecendo os financiamentos, e o agronegócio também beneficiou o setor, o que fez o segmento encerrar o ano com queda menor do que a inicialmente projetada", conclui o presidente da Fenabrave.

Ônibus

Com a retomada das compras por parte dos transportadores rodoviários e a ampliação das aquisições governamentais, notadamente, o Programa Caminho da Escola, o segmento registrou a segunda maior alta de todo o setor. "Foi um ano de recuperação para ônibus, mas devemos sempre lembrar que este foi o segmento mais afetado pelos reflexos da pandemia. Desta forma, a evolução parte de uma base baixa, mas consistente", avalia Andreta Jr.

Implementos Rodoviários

O ano de 2023 foi atípico para o segmento, já que ele costuma apresentar desempenho similar ao de caminhões. "Com a mudança de tecnologia de caminhões para o Euro 6, muitos transportadores preferiram efetuar a troca de seus implementos, postergando a compra do caminhão. Esse movimento causou um descompasso entre o desempenho dos dois segmentos em 2023, com aumento dos emplacamentos de implementos rodoviários, e queda de caminhões", analisa Andreta Jr.

Motocicletas

Apesar de ter apresentado uma expansão um pouco menor do que a esperada, em função dos problemas de abastecimento de produtos, o segmento foi o grande destaque de 2023, com alta de 16,1% sobre o ano anterior. "As motocicletas têm ampliado sua importância no sistema de mobilidade dos brasileiros. É uma forma econômica de transporte individual e perfeita para entregas de pequenos objetos em cidades de todos os portes. Com uma possível melhora do crédito, o segmento ainda tem vasto potencial de crescimento", opina o presidente da Fenabrave.
Motocicletas Eletrificadas

Com 8.374 unidades emplacadas ao longo de 2023, em dezembro, as motocicletas elétricas tiveram uma pequena retração na comparação com dezembro de 2022. Sobre novembro (+60,1%) e no ano (+15%), no entanto, o segmento registrou bons resultados.

Tratores e Máquinas Agrícolas

O segmento segue enfrentando os reflexos do clima instável no País. "Com perspectivas de atraso ou até perda de safras em algumas regiões, o mercado de equipamentos para o campo segue em compasso de espera", conta o presidente da Fenabrave. 
Observação: por não serem emplacados, Tratores e Máquinas Agrícolas apresentam dados com um mês de defasagem, pois dependem de levantamentos junto aos fabricantes.

Projeções 2024

As primeiras projeções divulgadas pela Fenabrave apontam para um crescimento global de 13,54%, considerando todos os segmentos somados, o que significa um total de 4.518.871 unidades emplacadas no mercado interno.

Para automóveis e comerciais leves, a entidade projeta um aumento de 12%, totalizando 2.440.887 unidades emplacadas. "Estamos prevendo uma possível melhora na oferta do crédito, assim como um ambiente positivo na indústria, que terá mais incentivos para o desenvolvimento de novos produtos, a partir do Programa Mover, recém- anunciado pelo governo", analisa Andreta Jr.

Já caminhões devem crescer 10% em 2024, com cerca de 114.571 unidades emplacadas. "Este ano, continuaremos com situações que podem favorecer o segmento, como a total consolidação do Euro 6, a melhora do crédito, e a evolução do agronegócio, que mantém o segmento de pesados com 50% de participação deste mercado", declara Andreta Jr.

segmento de ônibus promete apresentar crescimento de 20% em 2024, com um total de 29.546 unidades. "Este comportamento se deve a alguns fatores: Programa Caminho da Escola, que terá 16 mil novas unidades este ano; aumento do transporte rodoviário, em função da elevação dos custos das passagens aéreas; e à renovação de frota de ônibus urbanos", explica o Presidente da FENABRAVE.

Seguindo o mesmo rumo dos caminhões, os implementos rodoviários deverão crescer 10% em 2024, totalizando 99.296 unidades emplacadas.

As motocicletas , segundo as projeções da entidade, não deverão sofrer perda de oferta ou demanda, o que levará o segmento a um aumento de 16% nos emplacamentos sobre 2023, chegando a um total de 1.834.571 unidades.

Observação: As projeções de máquinas agrícolas serão anunciadas em fevereiro, quando ocorrer o fechamento dos volumes de 2023.

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