07 DE OUTUBRO DE 2023
GERENCIAMENTO DE RISCOS
Entenda por que Santa Catarina é referência na prevenção a desastres
Inaugurado em 2018, centro integrado foi uma iniciativa fundamental para a mudança de cultura do Estado vizinho
Engenheiros, meteorologistas, geólogos e outros profissionais: ao todo, 160 servidores ficam reunidos em um mesmo prédio, em Florianópolis, analisando dados de satélites, fazendo estudos e projetando cenários. A edificação de quatro pavimentos, chamada de Centro Integrado de Gerenciamento de Risco e Desastres de Santa Catarina (Cigerd), foi inaugurada em 2018, dando maior estrutura aos profissionais que atuam para diminuir riscos e criar projeções.
O Estado catarinense é vigilante quando o assunto é fenômenos climáticos. A lição veio em meio à dor. Em novembro de 2008, após um período de muitas chuvas, inundações e deslizamentos, 135 pessoas morreram, 24 delas na cidade de Blumenau, no Vale do Itajaí.
- Tínhamos de reagir, de dar resposta. Estruturamos a Defesa Civil. Isso levou quase oito anos - destaca o diretor de gestão de desastres da Defesa Civil catarinense, Cesar Nunes.
Neste prédio, que recebeu investimento de R$ 44 milhões, uma sala de crise chama a atenção logo no primeiro piso. Ela conta com imagens de satélites mostrando a previsão do tempo, os níveis dos rios e oferece possibilidade de reunir integrantes da Polícia Militar, Bombeiros, Companhia Catarinense de Águas e Saneamento (Casan), Centrais Elétricas de Santa Catarina (Celesc), além de representantes da Defesa Civil. Dependendo da situação, poderá contar com servidores da Polícia Rodoviária Federal, Exército e quantos outras pessoas precisar.
Antes de reunir os agentes, porém, o Cigerd se certifica do que está por vir. Nos segundo e terceiro andares da edificação, sete meteorologistas analisam a previsão do tempo, atentos a fenômenos como ciclones, chuva excessiva e estiagem prolongada. Em casos considerados críticos, uma primeira reunião é realizada com os integrantes da equipe, traçando planejamento para potenciais novos encontros.
É neste momento que as unidades regionais da Defesa Civil são integradas e as prefeituras, avisadas. Geólogos e hidrólogos projetam o que está por vir e analisam as áreas de risco, previamente mapeadas pelos servidores municipais.
Energia
Um exemplo para solucionar problemas de forma rápida se deu por conta de cobrança e pressão sobre a companhia de luz catarinense, a Celesc. Foi a partir dessa pressão que, atualmente, o tempo de desligamento da rede seja um dos menores do país, em torno de três a quatro horas até o restabelecimento. Em parte, porque a companhia tem cadastrado empresas e profissionais terceirizados que serão acionados em caso de emergência.
Hoje, quando cai a energia, o aplicativo da Celesc informa o tempo que a região atingida ficará sem iluminação. Na avaliação dos integrantes da Defesa Civil, as instituições perceberam suas dificuldades e passaram a responder com mais precisão.
- Quando os desastres começam a trazer prejuízos, um plano de contingência adequado é eficiente para combatê-los. O despreparo deflagra prejuízos. Diversas instituições chegam até a gente para fazer um plano de contingência neste sentido - destaca o geógrafo e gerente de operações da Defesa Civil de Santa Catarina, Rodrigo Nery e Costa.
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