sexta-feira, 16 de dezembro de 2016


Jaime Cimenti


Depressão

A coisa não está fácil. Inter caindo (mas dizem que o rio ganha força nas quedas e que tem mola no fundo do poço), economia, política e ética desse jeito, Bob Dylan Nobel, Trump na cabeça, o colega jornalista Júlio Ribeiro agredido ao vivo num programa de TV, assaltantes levando até cercas de alumínio das casas, Rio Grande do Sul na maior pindaíba da História, Grêmio campeão acachapando os pobres colorados, centro de Porto Alegre daquele jeito e por aí vai. Quero ir para Pasárgada!

Mas o título lá de cima é para falar num assunto que é chato, triste, mas que não pode ser varrido para debaixo do tapete, especialmente em época de Natal e nesses tempos onde boa parte das torcidas brasileiras estão deprê. Depressão, segundo a Organização Mundial da Saúde, é a doença mais incapacitante entre todas as outras que acometem as pessoas em todo o planeta. Sete por cento da população mundial, cerca de 500 milhões de pessoas, sofrem com o sintoma da doença e 334 milhões são mulheres. 

Mal do século XXI, atinge todas as idades e classes sociais. Compreensão e acolhimento por parte da família são essenciais e nunca é demais lembrar que dinheiro, poder e glamour nunca foram sinônimos de felicidade plena. Padre Marcelo, Selton Mello, Jim Carrey e Princesa Diana são algumas celebridades que passaram pelo problema, que deve ser desmistificado e colocado de modo a acabar-se com o preconceito contra a depressão.

No ano passado, o jornalista Ricardo Boechat, minutos antes de começar um programa de rádio, sofreu um colapso, um apagão, no estúdio. Não conseguia ler os textos, pensar. O médico diagnosticou depressão. Um amigo lhe mandou o vídeo do pastor norte-americano Élder Holland sobre depressão. Boechat resolveu falar abertamente sobre o ocorrido, sobre os dados da OMS e dizer que o tema é grave, não deve ser escondido e que é preciso tomar medidas preventivas para não "pifar o motor".

Observar a temperatura do "motor interno", falar sobre o assunto, eliminar a fadiga excessiva, reservar um tempo para se sentir bem, alimentar-se bem, curtir aromas, praticar atividades físicas, mudar o comportamento, utilizar cores adequadas, dançar, curtir filmes, livros e hobbies interessantes, interessar-se por música e religiosidade, usar medicamentos e suplementos alimentares, utilizar tratamentos clássicos e alternativos e o que mais a criatividade e a individualidade permitirem certamente vai ajudar a espantar a vontade fazer nada, o porre do não desejo.

Segundo o Dr. Jacob Pinheiro Goldberg, especialista em depressão, a atual situação financeira e política do Brasil tem o mesmo efeito devastador dos invernos rigorosos europeus, que tornam muitas pessoas depressivas durante a estação. Mas vamos em frente. Ao menos temos sol, e assim fica mais fácil caminhar, correr, dançar, se exercitar, produzir serotonina e endorfina e outros ingredientes vitais. Luz solar, caminhar, vade retro, depressão! Viva a vida!
a propósito...

Há poucos dias, a On line Editora (www.revistaonline.com.br) lançou, em formato de revista, um guia com 301 dicas para não ter depressão, um verdadeiro manual de sobrevivência com o que você precisa saber para identificar os sintomas, dar adeus à tristeza, aprender a ser feliz e buscar tratamentos de sucesso, além de indicar livros para tratar do problema.

Vale lembrar a frase de Andrew Salomon, escritor nova-iorquino especializado em psicologia e que enfrentou a depressão: "O oposto de depressão não é felicidade, e sim vitalidade". Para encerrar este texto, deixo para os leitores as seguintes palavras: A hora mais escura é a que antecede o nascer do sol. 

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