Jaime Cimenti
Viagem ao Rio de Janeiro
Com velhos meninos amigos de infância, chego no Santos Dumont e, depois de alguns passos, já estamos no interior do moderno Veículo Leve Sobre Trilhos, o VLT, com destino a um hotel no Centro, na rua Senador Dantas, perto da Cinelândia e do Passeio. Edifícios modernos, jardins, praças, edifícios centenários e lembranças novas e velhas, tudo misturado, vão surgindo. Antigos aviões, antigas viagens com pai e mãe, anos 1950, 1960, anos dourados, depois chumbados...
Mala no hotel, caminhada até o restaurante Cosmopolita, na Lapa, para traçar o Filé à Oswaldo Aranha, criado pelo próprio. Centro, Porto, Lapa - o que até pouco tempo era uma área degradada agora se tornou um dos passeios mais agradáveis do Rio.
Depois do almoço, exercício leve na Escadaria Selarón, passeio na Cinelândia, Biblioteca Nacional, Theatro Municipal, Real Gabinete Português de Leitura, entre outras obras de restauração, que mostram a cara nova do velho Centro.
Na área portuária o Museu do Amanhã, obra do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, lembra um dragão branco ou um gigantesco esqueleto de peixe. Em 34 mil metros de área, o visitante irá refletir sobre o futuro a partir do que a gente andou fazendo com o meio ambiente.
Quem somos, de onde viemos, onde estamos, para onde vamos, como queremos ir e outras perguntinhas estão no segundo andar, com inspirações para respostas. Mas, no Museu do Amanhã, está dito que não há respostas definitivas, que o mistério global e humano é infinito. Tipo assim física quântica... tudo a ver com tudo, relações variadas entre os seres, a terra, as galáxias e os mundos conhecidos e desconhecidos.
Vá fundo ou fique na superfície, como queira, você decide, ou deixe que o acaso decida por você.
No Teatro Riachuelo, completamente remodelado na rua do Passeio, assisto ao musical Divas, com Luiza Possi e grande elenco. Canto, dança, texto, gosto de Broadway. O velho teatro foi reaberto, e hoje é o mais bem equipado do Brasil, mais uma das tantas notícias boas do Centro.
No Centro, ali perto do prédio da Petrobras - pequeno em relação ao rombo -, dá para pegar o simpático bondinho repaginado, que vai até o topo de Santa Teresa. Vista imperdível. Imperdível visita ao Museu Chácara do Céu e Centro Cultural Parque das Ruínas. Comida e bebida no Bar do Mineiro, no Aprazível, Cafecito e muitos outros. Artesanato, casario, ladeiras, ritmo lento tipo Bahia do século XIX... Santa Teresa não tem a mínima pressa.
Na Lapa de noite, os bares, os chopes, os sambas, os outros ritmos, as baladas, os petiscos, as comidas de boteco. Rio Scenarium, Carioca da Gema, Clube dos Democráticos, Circo Voador e dezenas de outros. Para os que estão com grana curta, comida de rua ali nos Arcos, onde estão dezenas de barracas, quiosques e assemelhados, na maior democracia popular gastronômica.
a propósito...
Como em todas as grandes cidades, no Centro do Rio, Lapa e adjacências, há mendigos, meliantes, drogados e outras pessoas que nos colocam em estado de alerta. Normal, infelizmente, normal. É ter cuidado, como em quase todos os lugares do planeta. Não é por isso que vamos deixar de visitar a praça XV, a praça Mauá, a Lapa e a zona portuária, que agora, ocupadas, reformadas e revitalizadas, convidam para curtir nossos museus do passado, presente e futuro. A Confeitaria Colombo, o Bar Luiz, a Casa do Choro e dezenas de outros locais lendários pedem visitas neste centro de roupa nova e banho tomado. Apareça!
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