13 de dezembro de 2016 | N° 18713
DAVID COIMBRA
Malditos golpistas
Aimprensa golpista não para de fustigar o governo.
Os jornalões.
As revistas de circulação nacional.
Aquela Veja.
E, é óbvio, a Globo. Sempre a Globo.
A que interesses escusos atendem?
Todos sabemos. A ideia é manter o status quo. Manter os privilégios.
Durante cinco séculos, os mesmos se beneficiaram no Brasil. Sempre a elite branca e bem alimentada, em especial banqueiros e empreiteiros. Nunca lucraram tanto quanto nos últimos 14 anos. Agora, quando o esquema patrimonialista começa a ser desmontado em favor do povo, vem a PIG e tenta derrubar o presidente.
Por que os vazamentos seletivos?
Por que só um grupo é atingido?
Sempre se roubou, neste país, mas de repente começaram a investigar. Parece que a corrupção nasceu com Temer. Golpistas! Mil vezes golpistas!
Não passarão!
O tempo dos malandros está acabando
Os fatos políticos no Brasil evoluem de 24 em 24 horas, com algum descanso aos finais de semana. Mas, seja qual for a velocidade das notícias, o debate permanece atolado no mesmo pântano de ideias: um grupo que acredita na ação benfazeja de políticos iluminados versus outro grupo que não acredita em nada que venha da política.
O primeiro grupo é composto principalmente por petistas crentes no partido e em Lula. O segundo é composto praticamente por todos os demais brasileiros.
O primeiro grupo tenta caracterizar Temer e o PMDB como nêmesis do PT e líder do segundo grupo. Não passa de cortina de fumaça política. Temer, seus amigos e o PMDB sempre foram parceiros do PT. Temer, lembre-se, foi vice de Dilma DUAS VEZES.
Dilma não foi tirada do poder para beneficiar Temer e o PMDB. Temer e o PMDB se beneficiaram disso e trabalharam para isso, mas jamais estiveram no centro do que aconteceu. Nem eles, nem o MBL, nem Bolsonaro, nem o PSDB, nem quaisquer outros políticos.
Dilma e o PT foram derrubados pela Lava-Jato e pela população organizada. Foram derrubados porque montaram e mantiveram um sistema espúrio, que aliou o fisiologismo à corrupção e ao oportunismo. Foram derrubados porque seu populismo tipicamente sul-americano dividiu o país entre os “a favor do povo” e os “contra o povo”, que na verdade são os a favor do governo e os contra o governo.
O brasileiro sempre admirou o político malandro, estilo Lula e Getúlio, aquele político que elude e ilude, aquele que mente com graça. O brasileiro era enganado e achava bonito. Isso está mudando.
Parte do Brasil não aguenta mais a negaça, o jeitinho, o esperto que quer levar vantagem em tudo.
Hoje, os três poderes da República estão abalados exatamente por ainda atuarem “politicamente” no pior sentido da palavra, no sentido da acomodação e do acerto de bastidores. Lula, com seu populismo rasteiro, Renan, com suas sórdidas manobras de gabinete, e agora também o STF, ao se revelar um tribunal que aceita trocar a aplicação da lei pela conveniência, são os símbolos dessa crise.
Mas eles passarão. A crise vai passar. E o Brasil vai continuar. Vai seguir em frente. Será um Brasil menos cínico, menos brejeiro, menos Macunaíma, Lula, Renan e Gilmar Mendes. Será, finalmente, um Brasil mais adulto.
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