10 de dezembro de 2016 | N° 18711
PIANGERS
Os heróis das minhas filhas
Qual não foi nosso deslumbramento quando vimos uma menina correndo pela área comum do condomínio vestida de Ladybug? Gritei pra menina: Onde você comprou essa fantasia maravilhosa?, mas a menina corria tão rápido que não me respondeu. Certamente estava envolvida em alguma perseguição importante. A Aurora puxou minha camisa e perguntou se era a Ladybug de verdade. Nunca sei o que responder nessas horas. Eu disse que, aparentemente, era.
Quando assisti a Star wars com minha filha mais velha, ela tinha oito anos e ficou fascinada pela princesa Leia. Uma mulher forte que lutava contra o lado negro da força de igual para igual. Mas, nas lojas, é difícil achar produtos que não sejam do Luke, do Hans Solo e do Chewbacca. Fiquei empolgado quando descobri que o personagem principal do novo Star wars, lançado no ano passado, era uma menina chamada Rey. Mas, mesmo depois do filme lançado e de ter sido um sucesso de mais de um bilhão de dólares, é dificílimo encontrar bonecas ou fantasias da Rey. Só dá BB-8.
O mesmo vale para os filmes dos X-men e Vingadores: todas as personagens femininas são ignoradas nas lojas de brinquedos e fantasias. Há alguns anos, me lembro de ver que o brinquedo mais vendido entre os meninos eram as arminhas Nerf e entre as meninas era uma pia de lavar louça.
Minhas filhas ficam frustradas com a restrição: meninos devem ser heróis, meninas devem ser princesas. Frozen foi interessante, a princesa Elsa não ficava esperando um príncipe para salvá-la, como em todo conto de fadas da Disney. Não quero que minhas filhas fiquem esperando um príncipe encantado. Quero que elas tenham a chance de serem suas próprias heroínas. Não importa se fantasiadas de Ladybug combatendo inimigos imaginários, ou se na vida real, combatendo os percalços da vida adulta. Que a força esteja com vocês, minhas filhas.
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