quarta-feira, 14 de dezembro de 2016




14 de dezembro de 2016 | N° 18714
ALMANAQUE GAÚCHO | Ricardo Chaves

A chácara de Oswaldo Aranha

Com uma extraordinária força política, conciliatória e de persuasão, Oswaldo Aranha foi, sem dúvida, o grande articulador da campanha em favor de Getúlio Vargas para assumir a Presidência do Brasil em 1930. Proprietário de uma chácara na Pedra Redonda, que na época pertencia ao bairro Tristeza, na zona sul de Porto Alegre, Oswaldo Aranha utilizou o local para reuniões de preparação ao Movimento de 1930. Médico e amigo particular de Aranha, o doutor Antonio Saint Pastous recorda em sua obra Páginas da Vida como era a propriedade naquela época:

“Oswaldo Aranha residia no subúrbio da Pedra Redonda. Sua vivenda era pequena para acolher tantos amigos, e os conspiradores, de todas as procedências”.

A residência foi adquirida no final da década de 1920, com o propósito de lazer e descanso. Com o passar do tempo, ela se transformou também em residência oficial da família. Cercada por uma exuberante mata e próximo ao Guaíba, a região atraía os porto-alegrenses que buscavam a paz na primeira metade do século passado. Receber amigos era uma constante na vida de Oswaldo Aranha, conforme registro do seu amigo Lindolfo Collor:

“Revejo a tua chácara e tenho saudade das boas horas que lá passei contigo e com tua gente”.

As reuniões de preparação da Revolução de 30 foram secretas. Os convidados entravam e saíam da chácara sem despertar a atenção ou a curiosidade dos poucos vizinhos. Os terrenos eram grandes, e a maioria das chácaras ia até o rio. A região de grandes extensões de terras, com suas vivendas de verão, atraía principalmente as famílias de origem alemã. Distante do centro, e com estradas precárias, a chegada ao arrabalde não era fácil, nem rápida. Por isso, poucos sabiam o que ocorria no interior da residência de Aranha naquele ano.

Registros na imprensa sobre os encontros e sobre o refúgio do político na Zona Sul não existiam. Porém, um ano depois do movimento, em outubro de 1931, a Editora Globo publicou, em edição especial, um livro sobre a Revolução. Com 486 páginas, a obra mostrava, de forma inédita, um apanhado de informações sobre o movimento, bem como uma imagem destacando dois ângulos da residência. A legenda das fotos informava:

“Dois aspectos da chácara de Oswaldo Aranha na Tristeza onde o animador da Revolução teve a primeira entrevista com o capitão Luiz Carlos Prestes”.

Na cena, se vê, em destaque, a entrada principal da moradia, com suas colunas ao estilo grego, uma escadaria com corrimão clássico de balaústre, duas amplas janelas decoradas com vitrais e um avarandado típico das casas de veraneio.

É possível supor que a confortável e aprazível varanda servisse para conversas de final de tarde, entre elas as de cunho político. Um cenário social típico burguês em meio à natureza e ao sossego da zona sul da Capital.

Colaboração da historiadora Janete da Rocha Machado, doutoranda e mestre em História pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul

HÁ 30 ANOS...

O ministro do Trabalho, Almir Pazzianotto, intensificará os contatos com as centrais sindicais e empresários na tentativa de chegar a um acordo.

Realinhar salários, preços e tarifas é o ponto mais importante das propostas oferecidas pelo governo.

HÁ 40 ANOS...

No Catar, os economistas e os assessores dos governos dos países petrolíferos continuaram a discussão sobre o aumento que será recomendado à Organização dos Países Exportadores de Petroléo.

A expectativa é de que o preço do combustível aumente 10%.

HÁ 50 ANOS...

O deputado Ariosto Jaeger criticou o governador Ildo Meneghetti pela instauração de sindicância para apurar irregularidades na Secretaria de Educação e Cultura.

Jaeger disse estranhar a demora para esclarecer o caso.

Nenhum comentário: