TROCA DE GESTÃO - Leticia Mendes
TROCA DE GESTÃO
Começa a transição na última penitenciária sob comando da BM
Quase 30 anos depois de assumir o comando da Penitenciária Estadual do Jacuí (PEJ), em Charqueadas, a Brigada Militar vai, gradativamente, deixar o local. A expectativa da BM é de que a transição completa para a Polícia Penal - que começou nesta segunda-feira - ocorra até abril de 2025.
Assim como ocorreu na Cadeia Pública de Porto Alegre (antigo Presídio Central), os policiais penais serão responsáveis pela administração. Com a saída da BM do antigo Central, a PEJ se tornou a única ainda gerida por PMs.
O futuro diretor da PEJ será Ricardo Vicent, que substituirá o major Glenio Daison Argemi Filho. A estimativa é de que sejam necessários 270 agentes para atuar na penitenciária, que abriga cerca de 2,5 mil presos.
A Polícia Penal é mais otimista em relação ao prazo e acredita que pode estar com a equipe apta a assumir a unidade ainda em janeiro. A confirmação depende da formação dos servidores.
- O governador deve encaminhar nos próximos dias a ampliação de forma emergencial dos cargos classe A de agente penitenciário. Deve entrar em votação e tão logo seja aprovado, e governador efetivar o chamamento dos servidores para a PEJ, vamos fazer a formação deles. Entre nomeação e formação leva-se uns quatro meses - afirma o superintendente dos Serviços Penitenciários, Mateus Schwartz.
Modelo de ressocialização
A PEJ se tornou modelo em projetos de ressocialização de presos. São fomentadas atividades como reciclagem, horta comunitária e criação de peixes. Segundo o comandante-geral da BM, coronel Cláudio dos Santos Feoli, o intuito é de que a transição seja realizada mantendo essas ações:
- A PEJ é uma das cadeias mais organizadas, do ponto de vista da disciplina, limpeza, dos processos e iniciativas mantidas ali. Para que permaneça tudo isso é que essa gestão compartilhada se iniciou. _
Brigadianos também deixarão a guarda dos muros de presídios
Além de transferir a administração da PEJ, a BM também deve deixar a guarda externa de outras prisões no Estado. O processo vem ocorrendo desde abril do ano passado. Ainda há 362 PMs em 29 cadeias.
- No início dessa jornada, tínhamos em torno de mil PMs exercendo essas funções e deixando de atender nossa missão, que é o policiamento ostensivo e a manutenção da ordem. Na última semana, a BM deixou a guarda dos muros de Santa Maria, vamos sair das duas cadeias de Caxias do Sul e até o fim do ano de Osório também - afirma Feoli.
Os soldados que deixarão as prisões retornarão para o policiamento em seus municípios.
- Temos PMs de todos os cantos do RS. Eles vão robustecer o policiamento nas pequenas cidades - diz o coronel.
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