sábado, 23 de abril de 2011



23 de abril de 2011 | N° 16679
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


A literatura regionalista no Rio Grande do Sul – Parte 3

Contistas são Barbosa Lessa, Urbano Lago Villela, Natálio Herlein e muitos outros. Novelistas são o múltiplo Barbosa Lessa, com Os Guaxos (1959), eu mesmo, com Destino de Tal (IEL, 1º Ed. 1964). Autores de peças teatrais gauchescas são Ernani Fornari, com Sinhá Moça chorou, Maria Inez de Barros, com O Diabo Cospe Vermelho, Sejanes Dornelles, com Domingo no Bolicho, Maria Inez de Barros, com A Farsa da Esposa Perfeita e eu mesmo, com João Cruzeira ou Um Homem Chamado João.

Os novos historiadores são Sérgio da Costa Franco, Moacyr Flores, Moacir Domingues, Hélio Moro Mariante, Sandra Jatahy Pesavento, eu mesmo, Sejanes Dornelles, Anselmo Amaral e muitos outros.

No passado, tivemos historiadores especializados, como João Pinto da Silva e Guilhermino César, em literatura gaúcha, e Athos Damasceno Ferreira, em teatro, salão e picadeiro.

É impressionante como se conhece no Rio Grande do Sul a poesia regionalista e como se desconhece a poesia folclórica.

A poesia regionalista é aquela feita pelos poetas eruditos, intelectuais e literatos, artistas do verso, muitos dos quais deixaram seus nomes gravados perenemente nas letras da província. Seu marco mais recuado até onde o registro alcança parece ser o célebre soneto conhecido como Monarca, na realidade sem título e de autoria de Caldre Fião, aparecido em seu romance O Corsário na metade do século passado.

Esse soneto vai deflagrar o chamado Ciclo da Monarquia, em cujos versos o autor se posiciona como um rei no trono dos arreios, assumindo-se como gaúcho, mas sem usar essa palavra – na época, era pouco menos que um palavrão.

Depois é a hora e a vez do Partenon Literário, em plena Guerra do Paraguai, com Bernardo Taveira Junior e Múcio Teixeira disputando a honra do título de primeiro poeta do gauchismo.

Já neste século surge o fenômeno chamado Ramiro Barcellos, que assina com o pseudônimo de Amaro Juvenal o poemeto Antonio Chimango, sem dúvida o momento mais alto da poesia gauchesca em qualquer época, só comparável ao Martín Fierro de José Hernández.

Quase ao mesmo tempo surge Manoel do Carmo, usando o pseudônimo de Manduca Pereira Fortes para os seus Cantares da Minha Terra, excelentes, por sinal.

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