sábado, 16 de abril de 2011



16 de abril de 2011 | N° 16672
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES


A literatura regionalista no Rio Grande do Sul - Parte 2

Nessa época surge, em Pelotas, João Simões Lopes Neto, de família nobre, publicando crônicas, peças de teatro, mas, sobretudo, contos e versões estilizadas das lendas gaúchas. O livro Contos Gauchescos (1912) e o livro Lendas do Sul (1913) são duas autênticas obras-primas. Publica os Causos do Romualdo em sucessivas edições do jornal Correio Mercantil (1914). Também da mesma época são os livros de Alcides Maia Ruínas Vivas (1910), Tapera (1911) e Alma Bárbara (1922), e Roque Calage, autor de Terra Gaúcha (1914), Rincão (1921), O Drama das Coxilhas (1923), Quero-Quero (1927) e No Fogão Gaúcho (1929).

Com a Semana de Arte Moderna de São Paulo, surge outro grande contista gauchesco no Rio Grande do Sul – Darcy Azambuja, quase à altura do gênio que foi João Simões Lopes Neto. Ele publica No Galpão (1925) e, muito mais tarde, Coxilhas (1956).

Os historiadores que se ocuparam com a pesquisa sobre a história do Rio Grande do Sul são João Maia, com História do Rio Grande do Sul – Para o Ensino Cívico (1898); Afonso Guerreira Lima, com Cronologia da História Rio-Grandense (1916); Alcides Lima, com História Popular do Rio Grande do Sul (1882); Alfredo Varela, com A Grande Revolução (1933) e várias outras obras; Alfredo Ferreira Rodrigues, ao longo da história de seu Almanaque (desde 1889); Aurélio Porto, com História das Missões Orientais e seus Antigos Domínios (1943) e incontáveis obras; Clementino Barnasque, com Efemérides Rio-Grandenses (1931).

Mais na atualidade, Arthur Ferreira Filho, com a História Geral do Rio Grande do Sul (1958) e outras obras; Guilhermino César, nascido em Minas Gerais, com História do Rio Grande do Sul – Período Colonial (1970); Othelo Rosa, com Vultos da Epopeia Farroupilha (1935) e outras obras; Dante de Laytano, com História da República Rio-Grandense (1936) e muitos trabalhos mais; Walter Spalding, também historiador e folclorista, com Farrapos (1931), A Revolução Farroupilha (1939) e incontáveis outros livros. Também se destacaram Luiz Gonzaga Jaeger, com estudos especialmente sobre jesuítas, e Moyses Velhinho, sobre os fronteiros.

Com a eclosão do Movimento Tradicionalista, em 1948, surgem folcloristas, contistas e novelistas, e uma nova saga de historiadores começa a publicar o resultado de suas pesquisas. Entre os folcloristas, Carlos Teschauer, Dante de Laytano, Walter Spalding, o grande mestre que foi Carlos Galvão Krebs, a dupla Paixão Côrtes e Barbosa Lessa, e eu mesmo, sem contar os nossos (poucos) discípulos. (Continua...)

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