segunda-feira, 18 de abril de 2011



18 de abril de 2011 | N° 16674
PAULO SANT’ANA


O apoio da bengala

Pela primeira vez em minha vida, entrei na Redação apoiado numa bengala de haste de prata que tem a imagem de um cão.

O meu zeloso amigo Léo Gerchmann me interpelou: “Ué, Sant’Ana, por que a bengala?”.

Respondi irritado: “Por causa da minha juventude, Léo. Eu já não suporto mais tanta energia disponível em meu corpo. Sinto que tenho 20 anos de idade. Então comprei esta bengala para descarregar sobre ela o meu vigor excedente. A bengala é por causa da minha juventude, Léo. Entendeste?”.


Essas perguntas absurdas que me fazem atordoam-me. Esses dias, entrei no consultório de um médico e disse-lhe o que lá fui fazer: “Doutor, estou com dor de garganta há 140 dias. Não adianta anti-inflamatório, não adianta antibiótico, prossegue a dor de garganta há quase cinco meses”.

O médico me olhou, ficou pensativo, e adivinhem o que ele me perguntou: perguntou-me com uma das maiores pérolas da medicina.

Eis a pergunta do facultativo: “Onde é a sua dor de garganta?”.

Levantei-me da cadeira da sala do médico de garganta e fui consultar um ortopedista.


Esses dias, encontrei uma senhora na esquina das ruas República e Lima e Silva: “Doutor Sant’Ana, há muitos anos que queria lhe fazer esta pergunta: enquanto o senhor está escrevendo sua coluna no computador, o senhor pensa?”.

Respondi na hora: “Não. Não penso. Enquanto estou escrevendo minha coluna, me torno completamente anencéfalo. Anulam-se meus dois hemisférios cerebrais. Eu só volto a pensar quando no dia seguinte vou ler no jornal o que escrevi”.

Cada pergunta!

Escrevi sábado que o Grêmio não tinha time para ganhar sequer do Ypiranga de Erechim, quanto mais para seguir às etapas semifinais da Libertadores.

Vibrei ontem com a vitória gremista nos pênaltis sobre o Ypiranga.

Mas, como escrevi sábado, não teve o Grêmio time suficiente para ganhar no tempo regulamentar do Ypiranga.

Esta é a questão: qualquer iniciado em futebol sabe que o time gremista é frágil e incapaz de sucesso na Libertadores.

Vou usar de um outro tipo de linguagem, menos agressiva: suplico ao presidente Paulo Odone, às últimas reservas de gremista contidas no Paulo Odone, para que ele reforce o time do Grêmio para as próximas etapas da Libertadores.

O Grêmio não merece só este time. Há que a diretoria vir a reforçá-lo. Depressa, com decisão, tem de reforçar o time com jogadores que o tornem propício a alguma vitória na Libertadores. Assim como está o time, sem Jonas e sem André Lima, qualquer criança idiota sabe que não vai dar.

Estou suplicando, implorando ao Paulo Odone.

A hora para reforçar o time é agora.

Ou nunca mais.

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