01 de dezembro de 2015 | N° 18372
DISCOS
Vanusa sacode a poeira e dá a volta por cima
Como Fafá de Belém, Vanusa também despontou no panorama da música nacional como intérprete de bela voz e de estampa sedutora, fazendo charme nos programas de TV na década de 1970 ao jogar para o lado a franja loiríssima. Como a colega paraense, a paulista também traçou uma trajetória errática, emplacando sucessos como Manhãs de Setembro,
Sonhos de um Palhaço e Mudanças e gravando os então novatos compositores Belchior (Paralelas) e Zé Ramalho (Avohai). Depois de um longo período de afastamento – que incluiu internações para tratamento de depressão e uma desastrada interpretação do Hino Nacional Brasileiro, que acabou viralizando na internet –, Vanusa retorna aos 68 anos pelas mãos de Zeca Baleiro em um disco com 10 faixas.
Produzido pelo músico maranhense e lançado pela gravadora de Baleiro, Vanusa Santos Flores – nome de batismo da artista – é o primeiro álbum da cantora com inéditas em 20 anos. Zé Ramalho está de volta com O Silêncio dos Inocentes, música escrita especialmente para a cantora.
Destacam-se no álbum a ótima Esperando Aviões, de Vander Lee, com direito a um belo solo de flugelhorn, Era Disso que Eu Tava Falando, que tem vocação para hit radiofônico, o soul Tapete da Sala e Haja o que Houver – tema do grupo português Madredeus, que ganhou arranjo de cordas por Swami Jr.
(Roger Lerina)
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