sexta-feira, 9 de setembro de 2011



09 de setembro de 2011 | N° 16820
ARTIGO | DANILO RHEINHEIMER DOS SANTOS*


Fepagro retoma rédeas do desenvolvimento

Na história recente do Rio Grande do Sul, os últimos governos adotaram a política do Estado mínimo. Isso criou entraves à manutenção e ampliação das atividades essenciais, entre as quais as ações das instituições de ensino universitário, de fomento de pesquisa, inovação e desenvolvimento tecnológico e muito severamente da Fepagro.

Não houve a reposição gradual e estratégica dos seus servidores, além da perda de pesquisadores altamente qualificados em busca de novas oportunidades.

Os recursos destinados à manutenção da infraestrutura foram irrisórios, afetando a maioria das estações experimentais. Com poucos pesquisadores recebendo baixos salários e sem recursos para pesquisa, se estabeleceu um clima de desânimo e até descrédito por parte das agências de fomento e das entidades do setor agropecuário.

O apoio às ações de desenvolvimento das potencialidades regionais, compromisso assumido pelo atual governo, assume papel fundamental e pode envolver fortemente a Fepagro.

A distribuição agroecológica de seus centros de pesquisas pode ser utilizada para a geração, inovação e adaptação de tecnologias sustentáveis. Por isso, é fundamental que o projeto de desenvolvimento para o Estado tenha como ponto de partida um processo de desenvolvimento endógeno, que tenha como base as cadeias produtivas locais de cada região.

A Fepagro pode e deve estar a serviço da sociedade como produtor de conhecimento e indutor de sistemas produtivos locais e regionais que gerem renda e que preservem o ambiente. As ações podem cumprir o papel crucial do Estado em termos de transversalidade, pois, embora ligada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, ela está em sintonia com outras secretarias de Estado.

A instituição pode contribuir muito no que se refere aos incentivos e apoio à agricultura e à pecuária, que devem estar inseridas na estratégia de desenvolvimento da cadeia produtiva gaúcha e plenamente integradas à malha produtiva. A Fepagro também terá papel fundamental na interação com outras instituições de pesquisa, ensino e extensão, com destaque especial à Uergs e à Emater/RS-Ascar.

Há urgência em reestruturar a Fepagro, modernizando-a administrativamente, redirecionando sua força de trabalho ao desenvolvimento sustentável das diversas regiões, integrando-a às políticas públicas.

Recentemente, o governador Tarso Genro autorizou a contratação de 60 servidores. A revitalização conta com recursos federais e estaduais de R$ 9,2 milhões em 2011 e outros R$ 7,6 milhões em negociação para assinatura com a Finep. Os contratados trabalharão em projetos relacionados com a sanidade animal, meteorologia, genética vegetal e a Central Riograndense de Inseminação Artificial, que será deslocada para a unidade da Fepagro, em Hulha Negra.

*Diretor-presidente da Fundação Estadual de Pesquisa Agropecuária (Fepagro

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