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terça-feira, 20 de setembro de 2011
20 de setembro de 2011 | N° 16831
LIBERATO VIEIRA DA CUNHA
Um recanto de paz
Querem uma imagem perfeita de serenidade? Eu estava em Rio Pardo cobrindo, como repórter, a visita de um político. Eu era um rapaz de 18 anos e, como o ilustre personagem gostasse como poucos do som da própria voz, pela altura do quinto discurso em diferentes lugares e situações, achei que já tinha ouvido o bastante para a minha reportagem.
Comecei então a percorrer as capelas e igrejas que fazem, com justiça, a fama daquela encantadora cidade. Degustei também o charme dos casarões de outros séculos, de uma fonte, que não sei se ainda existe, e principalmente das ruas e travessas que pareciam transplantadas de um romance de Machado de Assis.
Foi então que se acercou de mim uma bela moça, que sem nenhuma cerimônia disse que vinha me observando.
Perguntou se eu gostava de coisas antigas, tanto como demonstrava, e, como eu confirmasse que sim, convidou-me para visitar o pátio de sua própria casa.
Aceitei imediatamente e ela me levou não a uma casa, mas a um sobrado antigo, e não a um pátio, mas a um parque que ficava na parte traseira daquela verdadeira relíquia arquitetônica.
Havia um centenar de velhas árvores, aleias com dezenas de jardins, ruínas de muros que lembravam fortalezas.
Minha amiga me apresentou a estátuas gregas, a grutas, a bancos de pedra. O ponto alto foi um poço, que ela falou que era dos desejos. Uma moeda surgiu – na época elas estavam desaparecidas – e eu formulei os três pedidos de preceito.
Era tamanha a paz daquele lugar que desejei que não precisasse partir. Minha jovem anfitriã contou-me histórias antigas do sobrado e daquele parque inesquecível. Eu quase podia ver sinhazinhas como ela percorrendo com seus vestidos longos as alamedas em que agora passeávamos.
E, para completar, pássaros nos serviam uma sinfonia de cantos.
Aproximei-me dela, beijei seus lábios macios e depois parti.
Nunca mais a vi. Mas comigo ficou a magia daquelas horas de encantamento que só podiam ter transcorrido num cenário como Rio Pardo.
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