Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
sábado, 24 de setembro de 2011
24 de setembro de 2011 | N° 16835
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Um poeta. E que poeta!
Eu leio muita poesia. Em português e em castelhano. E não só poesia gauchesca. Os meus autores castelhanos são Jose Hernandez, Federico Garcia Lorca, Pablo Neruda, Nicolás Guillén e, claro, Osíris Rodríguez Castillos – “de tan oriental medio brasileño”.
E leio muito, claro, os poetas do Rio Grande do Sul. Leio e releio constantemente Vargas Neto, Amaro Juvenal e Glaucus Saraiva, o mais surpreendente de todos (apesar de sua genialidade, a sua extensa obra é quase desconhecida, com exceção de três poemas). A sua lírica, por exemplo, é maravilhosa e totalmente desconhecida.
Pelo muito que leio e releio não esperava surpresa em matéria de poesia gaúcha. Estou dizendo gaúcha, não apenas gauchesca.
Mas fui surpreendido. Nos velhos tempos da Estância da Poesia Crioula, sob o comando de Hugo Ramirez, havia um moço entre nós, jovem e advogado de São Gabriel, alto e magro, muito cordial e simpático. Não lhe dei então muita atenção, pensando que se tratava apenas de mais um dos muitos fazedores de versos comuns no tradicionalismo, via de regra bons declamadores e poetas medíocres.
Passou-se o tempo e agora, surpreso e maravilhado, tenho em mãos um manojo de poesia puro sangue. Meu amigo José Antonio Macedo amadureceu como poeta e não tenho dúvida em apontá-lo entre os maiores da nossa terra.
O homem faz da poesia o que quer. Ora é um guri brincando com um caramelo na boca, ora é um moço apaixonado com uma rosa na mão, ora é um homem maduro que olha o passado sem se envergonhar dele.
E não gasta muito tempo alongando inutilmente o verso. Barquinho de Papel é uma maravilha. Sonho Louco é o sonho de todo o enamorado. Mas se eu pudesse escolher um poema para mim eu escolheria Se Jesus Fosse Negro, onde o poeta retoma a temática que Ariano Suassuna já havia abordado em O Auto da Compadecida. Agora, quem quiser babar de gozo que se perca nas Trovas...
O poeta reinventa o mundo. Parece que o faz para os outros. Mas, não: é para si mesmo. Generosamente o que ele faz é repartir conosco uns pedaços de seu mundo mágico de fadas e de duendes.
Mil gracias, meu amigo José Antonio Macedo, Dr. e poeta, pós-graduado em poesia, pelos momentos mágicos que me proporcionaste, pelos pedaços do teu belo mundo que repartiste comigo.
Porto Alegre, fim do inverno de 2011.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário