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terça-feira, 13 de setembro de 2011
13 de setembro de 2011 | N° 16824
LUÍS AUGUSTO FISCHER
Escuta Só
O mundo editorial anda vasto e generoso: coloca nas prateleiras, reais e virtuais, uma auspiciosa quantidade de novos títulos a cada semana, de tudo um pouco – livros autofinanciados, romances de escritores já provados, e muitos, muitos ensaios, das mais variadas áreas e interesses.
Dá a impressão de que a inteligência que veio se formando na universidade nas últimas décadas alcançou agora a forma impressa em português. Já viu a quantidade de ensaios de inspiração darwinista que anda por aí?
E ensaios sobre história? Uma beleza. Na área da música também. Para ficar no terreno que frequento regularmente, a canção popular, são dezenas os títulos de livros interessantes, de biografias a monografias críticas, de antologias de letras a enciclopédias.
Mas eu queria mesmo era falar de um novo livro sobre música em sentido aberto: um livro com ensaio que ataca a chatice dos concertos de música dita clássica (a cara feia do sujeito ao teu lado, quando um espirro foi incontrolável, a pose esnobe de quem acha errado bater palmas entre os movimentos de uma peça etc.);
que mostra o parentesco entre uma frasezinha de contrabaixo do blues ordinário e outra de uma peça de Bach; que relata com atenção miúda o modo como os processos de gravação ajudaram a definir estéticas musicais; mas que também reporta o acompanhamento de uns quantos shows recentes de Bob Dylan. E tudo escrito bem, não apenas sem preconceito mas com talento narrativo e humor.
O livro se chama Escuta só – Do Clássico ao Pop, e seu autor é Alex Ross (Cia. das Letras, mesma editora que dois anos atrás lançou, do mesmo autor, O Resto É Ruído – Escutando a Música do Século 20).
Com formação erudita exigente, mas coração treinado no rock e outros gêneros pop, Ross é crítico de música da prestigiosa revista New Yorker, onde repassa esse magnífico planeta musical, sempre mantendo distância de léguas para a caretice e o bom-mocismo.
No ensaio Aprendendo a Partitura: a Crise no Ensino da Música, por exemplo, Ross conta experiências concretas de vida musical escolar, aproveitando para lembrar que as orquestras precisam se reinventar como escolas de música e centros culturais, agregando forças sociais e musicais em torno de si – com a convicção de que a música, como as artes todas, ensina a tolerância, a diferença, a imaginação, valores que a vida democrática precisa ensinar e passar adiante. Um excelente livro para ajudar a pensar a Ospa.
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