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sábado, 14 de março de 2009
15 de março de 2009
N° 15908 MOACYR SCLIAR
O talento no genoma
Na história de Hollywood, não são poucos os atores, atrizes e diretores que têm entre si laços de família. É a vocação cinematográfica no genoma? É o ambiente familiar gerando carreiras?
É a interferência de pais famosos protegendo seus filhos? É a soma de tudo isso? Difícil dizer. O certo é que os exemplos não faltam. Pais e filhos, por exemplo: Kirk e Michael Douglas, Henry e Peter Fonda (além de Jane Fonda), Walter e John Huston, Donald e Kiefer Sutherland, Lloyd e Jeff Bridges.
Mães e filhas também figuram na lista: Janet Leigh (Psicose) e Jamie Lee Curtis, Kate Hudson e Goldie Hawn, Debbie Reynolds (de muitos e saudosos musicais) e Carrie Fischer (Star Wars), Tippi Hedren (Os Pássaros, de Hitchcock) e Melanie Grifith. Ah, sim, e a dupla que agora nos interessa Judy Garland e Liza Minnelli, a Liza que Porto Alegre vai receber no próximo dia 17.
Este genoma vinha de longe, porque Judy Garland (1922 – 1969), cujo nome real era Frances Ethel Gumm, era filha de um casal de cantores. Criança ainda, ela já estava cantando e dançando.
E o sucesso veio cedo: aos 17 anos, ela estreou um filme que faria história nos Estados Unidos e no mundo, O Mágico de Oz. Fazia o papel da menina Dorothy, que vivia numa fazenda no Kansas sonhando com um mundo mágico “somewhere over the rainbow”, em algum lugar além do arco-iris, como dizia a canção que no filme interpretou e que até hoje provoca nostalgia.
Um tornado devasta a fazenda, Dorothy desmaia e, em sonhos, é transportada para a mítica Terra de Oz, onde viverá as muitas aventuras que constituíam a trama do livro de Frank Baum e do encantador musical de Victor Fleming, que fez um enorme, e explicável sucesso, ao trazer mitos mágicos e otimistas num momento crítico da História: o ano era 1939, em breve começaria a II Guerra da qual os Estados Unidos emergiriam como a grande potência do mundo. Judy Garland celebrava a energia e o talento dos americanos.
Não sem um preço. Apesar de seu tremendo sucesso, Judy Garland era uma pessoa insegura, que tinha problemas com aparência pessoal, que era dependente de drogas, devia dinheiro para o fisco e se divorciou de quatro maridos. Tentou suicídio várias vezes e acabou morrendo de overdose.
A identificação de Liza com a mãe era muito grande. No palco, tinham o mesmo estilo e há na Internet um fantástico vídeo mostrando as duas juntas no Palladium de Londres, um desempenho admirável. Da mãe Liza herdou o talento, a energia, e parte dos problemas: também ela esteve às voltas com drogas.
Mas vê-la em filmes como Cabaret, de Bob Fosse (que lhe deu um Oscar), ou New York, New York, de Martin Scorcese, é a glória. Como a mãe, Lisa é autenticamente americana: ousada, destemida, criativa. Como a mãe ela é cidadã da Terra de Oz, o lugar onde o sonho triunfa, onde não há crise financeira, nem desemprego, nem terrorismo.
Onde, como diz a letra de New York, New York, todo o mundo é “o número 1”, o primeiro da lista”; onde a vida é um cabaré, onde a gente vai para provar o vinho, ouvir a banda, para celebrar – o lugar no qual, segundo a letra cantada por Lisa Minnelli, nenhum profeta da desgraça acabará com o sorriso das pessoas.
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